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PAN quer carnes processadas fora das refeições escolares (e não só)

O PAN – Pessoas – Animais Natureza entregou esta segunda-feira um pacote de cinco iniciativas legislativas que visam garantir uma maior qualidade nas refeições escolares.

PAN quer carnes processadas fora das refeições escolares (e não só)
Notícias ao Minuto

16:02 - 18/06/18 por Melissa Lopes

Política André Silva

Em comunicado, o partido refere que existem registos de várias queixas por todo o país de alunos e de pais que questionam a qualidade dos alimentos servidos nas cantinas e refeitórios escolares. O pacote de medidas apresentado “pretende, por um lado, restringir a disponibilização de produtos nocivos à saúde e, por outro, promover a adoção de hábitos alimentares saudáveis”, justifica o PAN, lembrando que dados recentes indicam que os hábitos alimentares inadequados são o principal fator de risco e que a obesidade infantil tem vindo a apresentar valores crescentes e preocupantes em Portugal, constituindo "um problema sério para a saúde das crianças". 

Assim, é intenção do partido limitar os produtos prejudiciais à saúde nas máquinas de venda automática dos estabelecimentos de ensino. Sobre esta intenção, o Governo já tinha estabelecido limitações para os produtos que poderiam ser vendidos nas máquinas do Sistema Nacional de Saúde.

O objetivo do PAN passa agora por estender esta iniciativa às escolas, impedindo a disponibilização de produtos como: salgados, pastelaria, refrigerantes, batatas, hambúrgueres e similares.

Outra das medidas que constam no pacote entregue hoje é acabar com a distribuição leite achocolatado às crianças do ensino pré-escolar e do 1.º ciclo pela elevada adição de açucares. 

Ao abrigo do programa de leite escolar, explica o partido, ainda é distribuído leite achocolatado às crianças do pré-escolar e do 1.º ciclo, "apesar do debate sobre o valor nutritivo do leite ainda não ser consensual, o PAN acredita ser consensual o entendimento de que quando se adiciona uma quantidade colossal de açúcar a esta bebida ela deixa de ser nutritiva e passa a ser nociva".  Por este motivo, defende que "deve ser apenas disponibilizado leite sem adição de açucares e gorduras, devendo ser oferecida a alternativa de leite sem lactose e disponibilizada uma quota de 5 % de bebida vegetal como alternativa ao leite, podendo ser associados ao leite escolar outros alimentos nutritivos". 

Relativamente a carnes processadas, consideradas carcinogénicas pela OMS, estas não devem constar das refeições das escolas de nível básico e secundário, de acordo com o que propõe o PAN. Neste ponto, o partido argumenta que "cabe ao Estado, enquanto defensor da saúde pública, sensibilizar os portugueses para esta problemática incentivando-os a adotarem estilos de vida mais saudáveis e inspirando, através do exemplo, a uma alimentação que não inclua alimentos que têm sido apontados, com base em fortes evidências científicas, como causadores de graves problemas de saúde". 

O partido de André Silva propõe também a criação de uma equipa de nutricionistas na Direção Geral de Educação para assegurar a existência de refeições equilibradas. De acordo com o PAN, esta medida visa garantir que são nutricionistas a definir as políticas alimentares das escolas, contribuindo, nomeadamente, para a elaboração dos manuais de alimentação que já existem para as escolas, com o objetivo de assegurar a existência de refeições equilibradas.

Por último, o PAN quer que sejam contratados nutricionistas para integrar as equipas de controlo da qualidade e quantidade das refeições servidas nos estabelecimentos públicos de ensino, uma vez que, assinala o partido no mesmo comunicado, a Ordem dos Nutricionistas tem levantado questões quanto à  "exequibilidade" do plano criado pelo Governo. A Ordem considerou inclusive que o plano "apresenta várias fragilidades técnicas e científicas que não fazem cumprir, e até colocam em causa, a salvaguarda da segurança alimentar das refeições servidas".

"Assim, é importante assegurar que são profissionais qualificados a fazer a fiscalização das refeições escolares, algo que agora não acontece, estando estas funções a ser exercidas por trabalhadores dos serviços das Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, não existindo qualquer obrigatoriedade de estes serem nutricionistas", remata, por fim, o PAN.

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