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"Comportamento de parte do PS foi linchamento popular de Sócrates"

O caso José Sócrates e o seu divórcio do PS continua a ser motivo de análise.

"Comportamento de parte do PS foi linchamento popular de Sócrates"
Notícias ao Minuto

22:21 - 07/05/18 por Melissa Lopes

Política Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares considerou, na antena da SIC, que António Costa não se demarcou propriamente dos outros camaradas de partido que “caíram agora em cima de José Sócrates”, mas reconhece que todo o caso, desde o seu início, era de muito difícil gestão para o PS.

“António Costa começou por dizer aquilo que era básico, à justiça o que é da justiça, à política o que é da política, mas acho que deveria ter dito outra coisa”, começou por destacar o comentador, defendendo que o primeiro-ministro deveria ter dito que “o partido e o país exigiam que a justiça fosse rápida para que o julgamento se fizesse no tribunal e não se fizesse na rua perante a opinião pública”.

Aliás, para Miguel Sousa Tavares já houve um julgamento popular do antigo primeiro-ministro. “Independentemente da culpabilidade ou não que tenha, [o julgamento] já está feito na opinião pública”, lamenta.

Quanto ao PS, nomeadamente aos socialistas Ana Gomes, Carlos César, António Arnaut e João Galamba, o escritor não tem dúvidas: “Com este comportamento de parte do PS, o que aconteceu foi um linchamento popular de José Sócrates”. Isto, independentemente de achar – como acha – o facto de Sócrates ter vivido à conta de um amigo “um comportamento absolutamente inaceitável e inqualificável para quem foi primeiro-ministro”. No entender do escritor e jornalista, esta é uma “atitude inexplicável” do principal arguido da Operação Marquês.

No que toca ao timing do posicionamento do PS – e que levou a que Sócrates rompesse com o partido – Sousa Tavares acredita que tal aconteceu porque vem aí o Congresso do PS e porque estamos a um ano de eleições legislativas. Como tal, "o PS quer 'limpar a roupa suja' antes que vá a eleições”.

Há aqui um momento de oportunismo eleitoral que de facto corresponde a um linchamento popular”, notou o comentador, afirmando não gostar de ver uma pessoa já caída a ser atacada por todos os lados e depois abandonada e atacada pelo que resta.

Por outro lado, o comentador frisou que não acredita que quando o julgamento se fizer - “se é que se faz” - “haja um magistrado neste país com coragem para absolver Sócrates, mesmo que ache que não tem provas suficientes para o condenar. Vai ser muito difícil, quase impossível”, prevê.

Por outro lado, Sousa Tavares reforçou aquela que é para si a questão crucial neste processo. "Acho que ele [Sócrates] devia explicar porque é que decidiu viver à conta do amigo. Porquê?"

Para o comentador, "o Ministério Público devia ter começado a investigar de onde vem o dinheiro de Carlos Santos Silva. "Como é que fez aquele dinheiro todo? Porque é que o José Sócrates não se importava de vivia tão tranquilamente à conta do dinheiro do amigo?", questionou, considerando que o Ministério Público partiu do princípio que o dinheiro era dele e que era de corrupção. "Esta é um teoria puramente baseada em conjeturas", comentou.

Quanto a possíveis ambições políticas de José Sócrates, Sousa Tavares sustentou que o antigo primeiro-ministro "vai tentar politizar o processo judicial, obviamente", mas não acredita que tenha algumas ambições políticas porque não teriam qualquer espécie de viabilidade.

"Vai lutar pela sua própria pele", conclui.

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