Tourada em Santa Maria da Feira adiada de novo
A tourada prevista para domingo em Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, foi adiada pela segunda vez e agora ainda não tem data marcada, anunciou hoje a organização do evento.
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País Adiamento
Em comunicado enviado à agência Lusa, a empresa Suprema Rotação, que promove a iniciativa, refere que a Câmara Municipal da Feira "inventou nova manobra dilatória para não cumprir a decisão judicial", que a obrigou "a emitir a respetiva licença de instalação da praça de touros", o que provocou novo adiamento.
"O processo avança agora em tribunal para proceder à responsabilização da Câmara Municipal e seus representantes pelos danos provocados por estas decisões atentatórias dos direitos, garantias e liberdades dos cidadãos", acrescenta a promotora do evento.
A tourada foi inicialmente anunciada para o dia 24 de abril, embora não estivesse à data autorizada pela autarquia e tivesse sido criticada pelo Bloco de Esquerda (BE).
O promotor anunciou o adiamento da realização da tourada para este domingo, mas hoje adianta que a nova data da corrida de touros será depois anunciada.
Garantindo que recorreu a tribunal e que este deu "provimento ao pedido, obrigando a câmara a emitir a respetiva licença de instalação da praça de touros", a empresa garante que marcará nova data "assim que estiverem reunidas as devidas condições".
Contactada pela Lusa, fonte da Câmara da Feira disse hoje que "a autarquia respeita a lei" e manteve a justificação que tinha já dado anteriormente.
Em 29 de abril, o presidente da autarquia, Emídio Sousa, afirmou à Lusa ser "contra a realização deste tipo de espetáculo no concelho de Santa Maria da Feira", por não existir "nenhuma tradição" de touradas.
"A câmara não autorizou a tourada nem vai autorizar qualquer outra que pretendam realizar aqui, pelo menos durante a minha gestão", disse então, reconhecendo, contudo, que a empresa Suprema Rotação poderia recorrer judicialmente da decisão do município e ver concretizado o seu objetivo, que não está proibido pela legislação nacional.
À data, a tourada que a empresa Suprema Rotação se propunha realizar numa praça de touros amovível instalada em terrenos privados da freguesia de Lourosa não tinha ainda obtido o devido licenciamento da Câmara Municipal.
Apesar disso, os organizadores continuaram a publicitá-la e a vender os respetivos bilhetes, pelo que a coordenação local do BE convocou uma manifestação de protesto para o dia da realização do evento.
Aquando do anúncio do primeiro adiamento, a empresa explicou que o mesmo era "uma consequência de problemas de licenciamento levantados pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira sobre a montagem da praça", garantindo que seriam "resolvidos no local jurídico adequado".
A empresa alegou que a via judicial lhe conferiria autorização para avançar com a iniciativa porque "os municípios não têm qualquer poder ou autoridade sobre a realização de corridas de touros, sendo ilegal qualquer tentativa de proibição ou impedimento desta atividade cultural, definida pelo Estado como parte integrante do património cultural português".
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