Câmara vai reduzir altura de obra contestada em Telheiras
A Câmara de Lisboa vai reduzir "para os mínimos regulamentares" a altura da obra do núcleo desportivo em Telheiras, construção que os moradores contestaram hoje por considerarem tratar-se de um "crime urbanístico".
© Global Imagens
País Lisboa
Numa informação escrita enviada ao presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Sousa, e à qual a agência Lusa teve hoje acesso, o diretor municipal de Urbanismo, Jorge Catarino, assegura que a autarquia vai "confirmar [...] as dimensões relativas ao pé-direito livre do corpo dos campos de padel, no sentido de se promover a sua redução para os mínimos regulamentares".
Em causa está a construção de um núcleo desportivo na Quinta dos Inglesinhos, com três campos de padel, dois de ténis, restaurante e gabinetes de fisioterapia e nutrição, num terreno de 2.500 metros quadrados situado no meio de prédios e ladeado pelas ruas Augusto Macedo, Pires Jorge e Manuel Rodrigues.
Tendo em conta as indicações do vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, o arquiteto Jorge Catarino adianta, na missiva enviada no início da semana, que a Câmara vai estudar o "aproveitamento de espaço público da área afeta ao loteamento (...), por forma a otimizar e a regrar o estacionamento público".
O executivo municipal, de maioria PS, vai ainda verificar a "viabilidade da introdução de mais lugares de estacionamento nos passeios envolventes à zona do equipamento desportivo, para além dos 33 constantes do projeto de licenciamento", lê-se.
Esta noite, cerca de 50 moradores juntaram-se para contestar a empreitada.
"É um equipamento que tem cerca de 15 metros de altura, quando as necessidades práticas não exigiriam mais do que nove metros. Está-se aqui a cometer, portanto, um crime urbanístico", disse à agência Lusa Carlos Oliveira, da Comissão de Moradores da Quinta dos Inglesinhos.
O responsável apontou problemas como o impacto visual, a desvalorização dos apartamentos e a continuação do problema do estacionamento.
"Estamos a mobilizar-nos para que a câmara reveja os seus critérios de apreciação e cumpra os regulamentos aplicáveis", adiantou Carlos Oliveira, referindo que os moradores admitem interpor uma providência cautelar.
José Valentim, morador num prédio em frente a um dos pilares dos campos de padel, teme a concretização da obra: "Quem estiver a jogar, depois vê-me a tomar banho. Para além do ruído".
O presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Sousa, recordou que este "era um espaço que aguardava solução há 20 anos", estando, contudo, contra a volumetria, a falta de alternativas de estacionamento e a "falta de disponibilidade" da Câmara para apresentar o projeto.
José Galante, um dos sócios da empresa Racket4you, promotora do núcleo desportivo, afirmou à Lusa na semana passada que, por "pressão" dos moradores e a conselho da Câmara, decidiram construir um parque de estacionamento subterrâneo, o que obrigou a "aumentar o pavilhão em 1,5 metros".
O representante indicou ainda já ter entregado na autarquia uma alteração ao projeto, estando à espera de uma resposta para continuar a obra, que se encontra embargada.
O núcleo desportivo começou a ser projetado em 2013 e já deveria ter aberto portas em setembro deste ano.
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