Parlamento turco aprova alterações controversas à Lei Eleitoral
O Parlamento turco aprovou hoje uma controversa revisão à Lei Eleitoral que, para os que se lhe opõem, vai favorecer o Presidente Recep Erdogan nas próximas eleições e abre as portas a fraudes eleitorais.
© Reuters
Mundo Turquia
Segundo a imprensa turca, as modificações foram aprovadas numa sessão parlamentar que se prolongou pela madrugada de hoje e que desencadeou uma rixa entre os deputados ultranacionalistas, aliados do chefe de Estado, e parlamentares do Partido Popular Republicano (CHP), o maior da oposição.
A validação do texto, agora composto por 26 artigos, surge a pouco mais de ano e meio de eleições cruciais que, a partir de agora, reforçarão consideravelmente o Presidente eleito.
As eleições presidenciais e legislativas turcas estão previstas para novembro de 2019, enquanto persistem os rumores relacionados com a antecipação das duas votações, apesar dos sucessivos desmentidos do Governo.
O texto hoje aprovado, entre outros exemplos, põe fim à proibição de alianças eleitorais, permitindo a Erdogan manter a aliança com o Partido da Ação Nacionalista (MHP), mesmo que os ultranacionalistas não conquistem o número de votos necessários para entrar no Parlamento (10%).
Outra das medidas mais criticadas na nova lei é a validação dos boletins de voto, em que deixa de existir um carimbo oficial na altura da contagem, o que, para a oposição, abre a porta a fraudes.
Vários deputados da oposição criticaram também a "rapidez" com que a revisão da Lei Eleitoral foi aprovada, após uma sessão 'maratona' que começou às 13:59 de segunda-feira e terminou às 09:41 de hoje (horas locais).
Para Meral Danis Bestas, deputado do partido pró-curdo HDP, a terceira maior força política no Parlamento, a "pressa" do Governo em ver aprovada a revisão é a prova de que se pretende realizar antecipadamente as eleições.
"O nosso povo não esquecerá como [o partido de Erdogan] fez aprovar apressadamente esta proposta que valida os boletins e os envelopes sem selo oficial", reagiu no Twitter a deputada Didem Engin, do CHP.
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