Jerusálem: Donald Trump é "um incendiário" e um "irresponsável"
A opinião é de Miguel Sousa Tavares, que acredita que “Israel nunca chegará a um tratado de paz”.
© Global Imagens
Política Miguel Sousa Tavares
Na semana passada, Donald Trump marcou a história do conflito israelo-palestiniano ao reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. O anúncio foi feito publicamente e materializou-se na mudança da representação diplomática norte-americana de Telavive para Jerusalém.
Esta foi uma decisão de Trump que “ninguém estava à espera”, sobretudo “sem se aconselhar com os aliados, nem com os elementos do Congresso”, defende Miguel Sousa Tavares num habitual espaço de debate na antena da SIC.
Recorde-se que a mudança da embaixada de Telavive para Jerusalém é, na realidade, um facto consumado nos estatutos norte-americanos para a região. Desde há muitos anos que essa cláusula obriga a que, de seis em seis meses, o presidente no ativo assine uma moratória - 'waiver' - prorrogando a questão e renunciando à mudança da representação diplomática em Israel.
O presidente dos Estados Unidos é, na opinião do político, “um verdadeiro incendiário”. E Miguel Sousa Tavares vai ainda mais longe, defendendo que “o grande perigo para a humanidade é que a maior potência do mundo, os EUA, está nas mãos de um irresponsável como é Donald Trump”.
“A minha convicção”, alega o escritor, é que “Israel nunca chegará a um tratado de paz”. Isto porque a disputa da ‘terra sagrada’ não é meramente geográfica. Jerusálem é, numa expressão, ‘uma cidade para três religiões’ porque o judaísmo, o cristianismo e o islamismo veem-na como a ‘terra prometida’.
Perante as circunstâncias, a embaixada dos EUA é o ‘argumento’ que Israel precisava do seu aliado mais importante, a maior potência mundial, para dar impulso a essa ideia de formalizar como capital uma cidade também reclamada pelos palestinianos.
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