Joaquim Jorge salienta que depois de a poeira ter assentado, após o Congresso, o partido parecia estar “a rumar no caminho certo”, tendo Rui Rio protagonizado um “bom momento” com a proposta sobre a natalidade. No entanto, “foi sol de pouca dura”, comenta Joaquim Jorge, num artigo de opinião enviado  ao Notícias ao Minuto.

Para o fundador do Clube dos Pensadores, “o PSD é só encrencas, embaraços, dificuldades e desordem”. Mais: “Há gente que está revoltada no PSD com a estratégia de Rui Rio”, constata o comentador, debruçando-se de seguida nos episódios mais recentes que revelam que o partido não está unido.

No entender de Joaquim Jorge, a admissão por parte de Silva Peneda, considerado um dos ministro-sombra do PSD, de que seria melhor viabilizar o Orçamento do Estado “não tem cabimento”. “Dá a ideia de que [os social-democratas] dizem o que lhes apetece sem uma posição concertada”, analisa.

A decisão da bancada do PSD de votar a favor do projeto de lei do CDS sobre os combustíveis é outro dos episódios que reflete o atual estado do PSD, no entender de Joaquim Jorge. A decisão da bancada parlamentar em votar favoravelmente neste projeto, à revelia do líder do partido, corresponde a uma “afronta a Rui Rio" e é a prova de que "o grupo parlamentar não esquece o diferendo da sua liderança”.

Por último, “para ajudar à festa”, a demissão de Matos Correia do Conselho Estratégico do PSD. “Pior que isto é impossível”, comenta Joaquim Jorge, para quem o partido precisa de “um fio de rumo”. Mesmo assim, nas sondagens o PSD "lá se aguenta", estando quase com 28%. "O PS está com 37%, longe da maioria absoluta, mas isso deve-se a erros próprios (dossier professores mal gerido, preço dos combustíveis, entre outros), não a mérito do PSD", defende o biólogo. 

Prosseguindo a sua análise, o fundador do Clube dos Pensadores não poupa nas críticas ao partido de Rio, acusando o PSD de ter uma "atuação de perdedor compulsivo”. Na visão de Joaquim Jorge, os “perdedores na política não têm sempre mais conhecimentos do que os vencedores” e “quanto mais coisas um político sabe e diz, mais as coisas não lhe correm como gostaria”.

Por fim, o biólogo deixa um ‘conselho’ que passa por Rui Rio “controlar os seus discípulos”, para evitar que aconteça o que aconteceu com Silva Peneda: “Falou demais de deu azo a mais ataques ao seu líder”, frisa o comentador. 

“O PSD parece que faz de propósito para perder. O PSD que ganhe tino, seja prudente, inteligente, tenha tacto e intuição, evite situações que o prejudiquem, tenha capacidade de se orientar e fale a uma só voz”, sugere.