Envolvimento da Rússia em envenenamento de ex-espião será "muito grave"
A Alemanha afirmou hoje que um eventual envolvimento da Rússia no envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e da filha, no Reino Unido, seria um "ato muito grave", um dia depois de Londres ter lançado duras declarações contra Moscovo.
© Reuters
Mundo Berlim
"É claro que os autores serão responsabilizados. Se se confirmar que a Rússia esteve envolvida, será um ato muito grave", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Sigmar Gabriel, num comunicado.
Durante uma conversa telefónica com o seu homólogo britânico, Boris Johnson, o chefe da diplomacia alemã manifestou o apoio de Berlim às autoridades britânicas.
"Estamos muito preocupados (...) e condenamos firmemente este ataque com uma arma química proibida", acrescentou.
Serguei Skripal, de 66 anos, e a filha Yulia, de 33 anos, foram encontrados inconscientes no dia 04 de março, num banco num centro comercial em Salisbury, no sul de Inglaterra.
Na quarta-feira seguinte, o chefe da polícia anti-terrorista britânica, Mark Rowley, revelou que o ex-agente duplo russo e a sua filha tinham sido vítimas de um ataque deliberado com um agente neurotóxico, um componente químico que ataca o sistema nervoso e que pode ser fatal.
Os dois têm permanecido hospitalizados, nos cuidados intensivos, em "estado crítico, mas estável".
Também hospitalizado está um polícia, um dos primeiros a chegar ao local para socorrer o ex-espião russo e a sua filha. O elemento das forças policiais está consciente e encontra-se em "estado grave, mas estável".
Na segunda-feira, no parlamento, a primeira-ministra britânica, Theresa May, lançou duras declarações contra as autoridades russas, afirmando ser "muito provável que a Rússia seja responsável" pelo envenenamento do ex-espião russo e da filha.
Na mesma intervenção, a primeira-ministra do Reino Unido deu a Moscovo um prazo, até hoje à noite, para fornecer explicações à Organização para a Proibição de Armas Químicas, esclarecendo ainda que o embaixador da Rússia no Reino Unido foi convocado para explicar os acontecimentos.
Numa primeira reação, a Rússia classificou as declarações de May como um "espetáculo circense". Mais tarde, Moscovo declarou-se "inocente" e "disponível para cooperar", desde que tivesse acesso à substância química responsável pelo envenenamento.
Ainda na intervenção no parlamento britânico, Theresa May precisou que as vítimas foram expostas a uma substância conhecida como Novichok, uma arma química desenvolvida pela então União Soviética no final do período da Guerra Fria.
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