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Retirada plataforma de exploração de gás após novo bloqueio noChipre

A companhia energética italiana Eni vai retirar de momento a sua plataforma de exploração da zona marítima do sul de Chipre após novos bloqueios por parte de fragatas turcas, referiram frontes diplomáticas citadas pela agência noticiosa Efe.

Retirada plataforma de exploração de gás após novo bloqueio noChipre
Notícias ao Minuto

17:01 - 23/02/18 por Lusa

Mundo Tensão

A decisão foi tomada após fragatas turcas terem hoje impedido que a plataforma SAIPEM 12000 da Eni alcançasse a zona de perfuração prevista.

De acordo com o Governo de Chipre, após uma nova tentativa do capitão da SAIPEM 12.000 de aproximar-se do objetivo "Sepia" no bloco 3, onde a Eni tinha previsto utilizar o martelo perfurador, confrontou-se com cinco fragatas das Forças armadas turcas e que forçaram à retirada.

"Durante essa rota até ao bloco 3 e o objetivo 'Sepia', viu-se bloqueado por cinco vasos de guerra turcos e depois de receber ameaças de violência assim como uma colisão com a plataforma, apesar dos esforços do capitão, lamentavelmente viu-se obrigado a retirar-se", referiu aos media locais o porta-voz do Governo, Viktoras Papadopulos.

As perfurações estão previstas no acordo entre o Governo de Chipre e a Eni para a prospeção de jazidas de gás no bloco 3.

A ilha de Chipre, situada no Mediterrâneo oriental, está dividida deste 1974.

A República de Chipre, membro da União Europeia desde 2004, apenas exerce a sua autoridade sobre dois terços do país.

O restante território está sob controlo da autoproclamada República turca de Chipre do Norte (RTCN), apenas reconhecida por Ancara e onde estão presentes cerca de 40.000 soldados turcos.

O processo de reunificação está suspenso na sequência do fracasso negocial de 2017, quando decorreram as últimas negociações patrocinadas pela ONU.

As explorações de gás iniciadas pela República de Chipre na ZEE originaram um súbito aumento da tensão com Ancara, que exige a sua suspensão ao referir que aguarda uma solução sobre a divisão da ilha.

O Presidente turco Recep Tayyip Erdogan advertiu esta semana as empresas internacionais que pretendem iniciar a prospeção em águas cipriotas, ao assegurar que vai defender os "direitos inalienáveis" da comunidade cipriota turca face aos recursos naturais da ilha.

O bloqueio do navio italiano surgiu após o anúncio por Nicósia da descoberta de importantes reservas de gás em um dos blocos da sua ZEE, explorada em conjunto pela Eni italiana e a francesa Total.

Na quarta-feira, o Presidente de Chipre, Nikos Anastasiades, tinha apelado à Turquia para terminar com o bloqueio à exploração de gás ao largo da ilha, que na sua perspetiva poderá beneficiar cipriotas gregos e turcos após a reunificação do país.

"A retórica da Turquia e dos cipriotas turcos é injustificada e sem fundamento. Não serve os interesses do povo cipriota (...). Os projetos da República de Chipre em termos de energia vão prosseguir", assegurou em comunicado o chefe de Estado.

"Apelo publicamente à Turquia e à comunidade cipriota turca (...) a regressarem à mesa das negociações", na condição que termine a violação dos direitos de Chipre na sua Zona económica exclusiva (ZEE), acrescentou.

No início de fevereiro, Nicósia acusou Ancara de violação do direito internacional, após vasos de guerra turcos terem bloqueado um navio fretado pela Eni, que detém as licenças de exploração na ZEE cipriota.

Anastasiades assegurou que as riquezas naturais da ilha pertencem ao Estado e serão partilhadas com os cipriotas turcos caso seja concretizada a reunificação da ilha.

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