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Cantor argentino na berlinda: "Se a violação é inevitável, relaxa e goza"

Um conhecido cantor argentino foi obrigado a pedir desculpa publicamente devido a polémica afirmação sobre violência sexual.

Cantor argentino na berlinda: "Se a violação é inevitável, relaxa e goza"
Notícias ao Minuto

16:53 - 11/01/18 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo Polémica

O cantor argentino Humberto Vicente Castagna, conhecido como ‘Cacho’ Castaña, afirmou numa entrevista televisiva que se uma mulher está na iminência de ser violada, sem hipótese de escapar, mais vale relaxar e tirar partido.

Numa discussão onde se falava sobre as mulheres e os seus direitos, Castagna afirmou que “todas as mulheres podem fazer o que quiserem do seu corpo, para o bem e para o mal”. Depois divagou, manifestando dúvida sobre o que “o que vai na cabeça das mulheres”.

Há anos que os poetas, antes de Cristo e depois de Cristo, querem saber o que têm na cabeça e nunca se descobriu. Então, o que quer que seja que tenham na cabeça, relaxem. Se a violação é inevitável, relaxa e aproveita”, atirou, perante a admiração dos entrevistadores.

O apresentador do programa, transmitido no canal América TV, questionou o artista, defendendo este que a afirmação é “aplicável a muita coisa, não só às violações”. “Estou só a tentar trazer um pouco de humor sobre algo que é muito complicado”, acrescentou, pouco depois, conforme pode ver abaixo.

Um dos integrantes do painel de discussão foi mais longe e pediu-lhe que admitisse que a frase era infeliz. Ao que o cantor respondeu: “Aprende a ouvir, aprende a ouvir. Se queres ir buscar alguma coisa para vir atrás de mim, tens que nascer de novo. Tenho 75 anos, há 50 anos que canto. (…) Quando comecei a ouvir mentiras, ainda não tinhas nascido”.

E depois reiterou: “Se tenho que me explicar é porque não entenderam… Se a violação é inevitável, relaxa e aproveita. É um velho dizer”. O apresentador garantiu, entretanto, que “ninguém lhe quer faltar ao respeito”.

A entrevista teve eco nas redes sociais, gerando um onda de repúdio, até pelo comportamento de alguns do intervenientes na entrevista, quando confrontados com aquela declaração. “Glorificamos a Oprah, mas desculpamos o Cacho Castaña”, escreveu uma jornalista local.

Outros descreveram a afirmação como “lamentável”, colocando online um número gratuito (144, na Argentina) para apoio a mulheres que sofram de violência de género. Entretanto, alguns artistas já se dissociam do cantor.

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