Novo aviso internacional sobre uso de armas químicas na Síria
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) avisou hoje novamente a Síria sobre a utilização deste tipo de armamento durante a guerra civil, desencadeando uma violenta reação do regime sírio do Presidente Bashar al-Assad.
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Mundo OPAQ
"A comunidade internacional deve manter-se firme contra a utilização de armas químicas e os autores de ataques [com essas armas] vão ter de prestar contas", declarou Ahmet Uzumcu, diretor-geral da OPAQ, na véspera de novas negociações de paz em Genebra para pôr fim à guerra na Síria.
Uma missão de investigação da OPAQ divulgou três relatórios revelando a utilização de armas químicas no país, nos últimos anos, sublinhou hoje o responsável na conferência anual dos Estados-membros, em Haia.
"É muito preocupante que sejamos ainda confrontados com a utilização de armas químicas" apesar da ação da OPAQ, lamentou Uzumcu, referindo-se claramente o regime de Assad.
No seu último relatório, a JIM (Joint Investigation Mission), a missão de investigação conjunta criada em agosto de 2015 pela ONU e a OPAQ, acusou a Força Aérea síria de ter perpetrado um ataque com gás Sarin em abril deste ano na aldeia de Khan Sheikhun, fazendo dezenas de mortos.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Faisal Mekdad, presente na conferência, respondeu com veemência a Uzumcu, condenando as "falsas acusações" contra o regime.
As "conclusões politizadas" da missão de investigação da OPAQ tinham como objetivo "sujar a imagem da Síria" e desestabilizar o país, afirmou o número dois da diplomacia síria.
Alguns países "enviaram os seus mercenários e encorajaram-nos a utilizar armas químicas contra os civis e o exército sírio", acusou Mekdad, instando os investigadores a abrirem uma nova investigação.
A Síria de Assad juntou-se aos Estados-membros da OPAQ em 2013, admitindo possuir um 'stock' de armas químicas, sob a pressão dos Estados Unidos e da Rússia.
Os países da União Europeia (UE) afirmaram-se "horrorizados com a utilização sistemática e repetida de armas químicas na Síria pelo Governo sírio e pelo grupo [extremista] Estado Islâmico", declarou Jacek Bylica, o representante da Estónia para a não-proliferação, falando em nome da UE.
"Não pode existir impunidade", defendeu, exortando Damasco a trabalhar com a OPAQ para traçar um retrato preciso dos seus 'stocks' de armas químicas.
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