Exército filipino desaconselha pagamento de resgate de alemão sequestrado
As Forças Armadas das Filipinas desaconselharam hoje o pagamento do resgate pedido para a libertação de um cidadão alemão, sequestrado pelos extremistas do Abu Sayyaf que ameaçaram decapitá-lo no final deste mês.
© iStock
Mundo Manila
A organização terrorista difundiu um vídeo na terça-feira em que o próprio Juergen Kantner, de 70 anos, comunica ao governo alemão que será decapitado a 26 de fevereiro caso não sejam pagos aos seus raptores 30 milhões de pesos filipinos (566.000 euros).
O pagamento do resgate significaria o encaixe de uma avultada verba que permitiria ao Abu Sayyaf reforçar a sua capacidade militar e comprar o apoio das comunidades nas quais se esconde na ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, declarou o coronel Edgard Arevalo, porta-voz do Exército, à agência de notícias PNA.
Na sua mensagem, aparentemente dirigida a Berlim, o porta-voz recordou que o governo das Filipinas nunca negoceia com terroristas nem paga resgates pelos seus cidadãos, e promete "todos os esforços" dos militares para resgatar com vida o alemão sequestrado.
"Atualmente estamos a levar a cabo operações contínuas contra o ASG [Grupo Abu Sayyaf] que têm vindo a produzir bons resultados, pelo que ainda confiamos poder resgatá-lo", assegurou o mesmo responsável.
O governo alemão ainda não se pronunciou até ao momento sobre o caso, desconhecendo-se se tem intenção de negociar o resgate de Kantner, que já foi sequestrado na Somália em 2008 e libertado após o pagamento de uma soma avultada.
Neste caso, piratas abordaram, a 07 de novembro, em águas do estado malaio de Sabah, adjacente ao sul das Filipinas, o iate em que viajava com a sua mulher, a qual foi morta a tiro.
O Abu Sayyaf, uma das organizações terroristas mais ativas nas Filipinas e que jurou lealdade ao autoproclamado grupo Estado Islâmico (EI), decapitou no ano passado dois canadianos (John Ridsdel e Robert Hall) por não ter recebido o resgate que exigiu no prazo imposto.
Os 'jihadistas' intensificaram a sua atividade no último ano, sequestrando dezenas de pessoas nas águas do sudoeste das Filipinas e nordeste da Malásia, muitas das quais tripulantes de embarcações que navegavam na zona.
O Abu Sayyaf mantém em seu poder outros 20 reféns (quatro filipinos, sete malaios, seis vietnamitas, dois indonésios e um holandês), segundo as autoridades filipinas.
Ao Abu Sayyaf, criado em 1991 por um grupo de ex-combatentes da Guerra do Afeganistão contra a antiga União Soviética, é atribuída a autoria de alguns dos mais sangrentos atentados dos últimos anos nas Filipinas e de inúmeros sequestros, através dos quais se financia.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com