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O dia era para ser de festa, mas foi de massacre. Aconteceu outra vez

Camião embateu contra multidão de forma propositada, em dia que se previa de festa. Terror assolou avenida em Nice, que é hoje lembrada como uma estrada de corpos estendidos e sangue. Violência de ataque volta a lançar a questão: para quando o fim deste conflito?

O dia era para ser de festa, mas foi de massacre. Aconteceu outra vez
Notícias ao Minuto

09:00 - 15/07/16 por Andrea Pinto

Mundo Nice

Ontem era um dia de celebração em França. E assim foi até as 22h30 locais. Os franceses assinalavam o Dia da Bastilha, feriado nacional em Paris.

Em Nice, muitos passeavam pela avenida Promenade des Anglais, junto à costa, quando o pior aconteceu. Um camião branco, descontrolado, embateu contra uma multidão de pessoas que ali caminhava. O que por momentos se pensou tratar de um acidente, rapidamente se viria a confirmar o pior: a França fora novamente alvo de um ataque, que as autoridades confiam tratar-se da autoria do Estado Islâmico.

Centenas de pessoas foram abalroadas e atropeladas pela viatura, que era guiada por um homem de 31 anos, franco-tunisino, nascido na Tunísia e residente na cidade de Nice. Depois do atropelamento, o homem terá ainda disparado contra a multidão. No total matou, pelo menos 84 pessoas, e fez mais de uma centena de feridos.

O suspeito, que transportava várias armas e explosivos, acabou morto pela polícia numa troca de tiros. É ainda incerto se este contou com a ajuda de um cúmplice ou não. Se inicialmente se falou na existência de um outro suspeito, que estaria em fuga, novas revelações esta manhã indicam que este seguia sozinho na da viatura. Fonte do Ministério do Interior já veio entretanto afirmar que são ainda parcas as investigações para se poder concluir se o homem agiu sozinho ou não. 

Entretanto, informações avançadas nas redes sociais davam conta de que um grupo de pessoas estaria a ser feito refém num hotel. Fonte do Ministério do Interior viria, mais tarde, a desmentir a situação.

O ataque, que já foi celebrado pelo Daesh, ainda não foi reivindicado de forma oficial. As autoridades francesas e o presidente François Hollande não hesitam porém em atribuir o ataque ao grupo terrorista e já aumentaram o nível de alerta de segurança no país, para vermelho.

Em Nice estarão cerca de 10 mil portugueses, não se sabendo se haverá cidadãos lusos entre as vítimas dos ataques. O secretário de Estado da Comunidades, José Luís Carneiro, já fez saber que o Governo está a acompanhar a situação junto dos consulados de Marselha e Nice.

De imediato uma onda de solidariedade emergiu nas redes sociais e entre os líderes políticos.

Marcelo Rebelo de Sousa enviou ainda na noite de ontem um telegrama “de solidariedade pelo bárbaro atentado” ao chefe de Estado francês. Barack Obama, Jean-Claude Juncker, Boris Johnson, Theresa May são outros dos líderes mundiais e responsáveis por instituições europeias que já expressaram o seu apoio à França.

Na internet foi criada a hashtag #PortesOuvertesNice [#PortasAbertasNice], para assinalar que os franceses se disponibilizaram para ajudar uns aos outros e para encontrarem e amigos e familiares desaparecidos. 

Em resposta ao ataque de que foi alvo, Hollande já fez saber que vai reforçar a ação militar na Síria e no Iraque. "Nada nos fará vergar na nossa vontade de combater o terrorismo. Vamos reforçar as nossas ações no Iraque e na Síria. Continuaremos a visar os que nos atacam no nosso próprio solo", frisou.

De acordo com um repórter da BBC, presente no local, a Promenade des Anglais está hoje fechada. Nela ainda permanecem corpos de vítimas, junto ao mar, cobertos por panos azuis. No local, encontra-se uma equipa técnica de investigação.

As ruas estão desertas. A cidade está em silêncio, em sinal de luto, e permanece a dúvida: quantos mais inocentes continuarão a ser sacrificados?

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