Eleições: Presidente cessante favorito nas presidenciais de hoje
O presidente cessante Alassane Ouattara é o grande favorito entre os oito candidatos, incluindo duas mulheres, às presidenciais de hoje na Costa do Marfim.
© Reuters
Mundo Costa do Marfim
À frente de uma coligação que inclui o seu partido, a União dos Republicanos (RDR), e o Partido Democrático da Costa do Marfim, criado pelo "pai fundador" do país Félix Houphouet-Boigny, Ouattara possui uma máquina de campanha impressionante e um bom histórico económico.
Os adversários de Ouattara exigem a dissolução da Comissão Eleitoral Independente (CEI), que consideram favorável ao presidente cessante, e acusam os media do Estado de estarem ao serviço do chefe de Estado.
Dois candidatos, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Amara Essy e o ex-presidente da Assembleia Nacional Mamadou Koulibaly retiraram-se da corrida para "não serem cúmplices de uma farsa eleitoral", segundo Essy.
Para a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional, "as recorrentes detenções arbitrárias de opositores políticos criam um clima de medo que compromete o exercício da liberdade de expressão".
O principal adversário de Ouattara é Pascal Affi N'Guessan, presidente da Frente Popular Marfinense (FPI), criada pelo antigo Presidente Laurent Gbagbo.
Esta votação é muito importante para N'Guessan, dado que uma parte da FPI boicota o escrutínio por fidelidade a Gbagbo, que aguarda numa cela em Haia o julgamento no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade.
Em 2010, a recusa de Gbagbo de aceitar a vitória de Ouattara trouxe cinco semanas de violência à Costa de Marfim, que causaram 3.000 mortos.
Para evitar contestações e críticas de fraude, a votação contará com um dispositivo de "autenticação biométrica de cada eleitor" e os resultados serão recolhidos e transmitidos por via eletrónica para a comissão eleitoral em Abidjan.
Cerca de 34.000 militares, entre os quais 6.000 "capacetes azuis", assegurarão a segurança em todo o país, esperando a maioria dos observadores uma baixa participação nas eleições.
Com 23 milhões de habitantes, a Costa do Marfim é o primeiro produtor de cacau a nível mundial e um "peso pesado" económico da sub-região.
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