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Negociar com Assad é "presente escandaloso" para ISIS

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, afirmou hoje que negociar com o presidente sírio, Bashar al-Assad, como prevê o seu homólogo norte-americano John Kerry, será oferecer "um presente absolutamente escandaloso" ao grupo Estado Islâmico (EI).

Negociar com Assad é "presente escandaloso" para ISIS
Notícias ao Minuto

20:45 - 16/03/15 por Lusa

Mundo Laurent Fabius

A solução para o conflito sírio passa por "uma transição política que deve preservar as instituições do regime, não Bashar al-Assad", disse Fabius, após uma reunião em Bruxelas.

"Qualquer outra solução que coloque na liderança Bashar al-Assad será um presente absolutamente escandaloso, gigantesco, aos terroristas" do EI, acrescentou o ministro, assinalando que al-Assad perseguiu "milhões de sírios" que podem, assim, ser levados a apoiar o grupo islâmico, "o que é de evitar".

Este domingo, John Kerry reconheceu, em entrevista, que Washington terá de negociar com o Presidente da Síria, Bashar al-Assad, para acabar com a guerra civil no país, que entra agora no seu quinto ano e já causou 215.218 mortos desde março de 2011.

"Bem, teremos de negociar no final. Sempre estivemos dispostos a negociar no contexto do processo [de paz] de Genebra I [conferência de paz realizada em junho de 2012]", declarou Kerry, numa entrevista transmitida pelo canal televisivo CBS, acrescentando que tal exigirá que al-Assad esteja "disposto a envolver-se em negociações sérias" sobre como aplicar o processo de paz.

Apesar desta decisão, um porta-voz do Departamento de Estado sublinhou que não tinha havido nenhuma mudança na posição dos EUA e que "não há futuro para um ditador brutal como al-Assad na Síria".

Neste âmbito, Laurent Fabius fez questão de sublinhar que "a França é um país independente e a sua política externa em relação à terrível tragédia da Síria não mudou", pelo que "a única solução realista" é "uma transição política" que deve "integrar naturalmente a oposição", preservando as instituições do regime.

Por seu lado, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, reiterou a posição da União Europeia, afirmando que "trabalhar numa solução sustentável" para o conflito sírio passa "pelos representantes do regime de al-Assad" e que, em seu entender, Kerry "falou nesse sentido" e não se estava a referir "a al-Assad propriamente dito".

Entretanto, o Presidente sírio disse hoje a uma televisão iraniana que aguarda ações concretas dos Estados Unidos e que só depois irá tomar decisões.

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