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Mundo muçulmano em protesto contra caricaturas

Milhares de pessoas manifestaram-se em vários países muçulmanos hoje, dia de oração, após o lançamento, na quarta-feira, de uma nova caricatura do profeta Maomé no semanário satírico francês Charlie Hebdo.

Mundo muçulmano em protesto contra caricaturas
Notícias ao Minuto

21:22 - 16/01/15 por Lusa

Mundo Charlie Hebdo

Os protestos mais graves ocorreram em Zinder, a segunda cidade do Níger, onde o Centro Cultural Francês foi incendiado por manifestantes, tendo os protestos causado quatro mortos e 45 feridos.

Os manifestantes incendiaram também três igrejas, uma católica e duas protestantes, segundo as autoridades de Zinder, cidade do sul e localizada perto da fronteira com a Nigéria.

Na Mauritânia, largos milhares de pessoas marcharam da grande mesquita central de Nouakchott, tendo o chefe de Estado, Mohamed Ould Abdel Aziz, proferido breves palavras: "Eu sou muçulmano, somos todos muçulmanos. Nós lutámos contra o terrorismo no nosso próprio país e pagámos um preço elevado".

Em Argel, entre 2.000 a 3.000 pessoas protestaram contra o último número do Charlie Hebdo, algumas gritando o nome dos irmãos Kouachi, os autores do ataque contra o jornal francês, de acordo com um jornalista da AFP.

Em Dacar, também na sequência das orações de hoje, pelo menos um milhar de pessoas protestaram contra os cartoons do Charlie Hebdo.

A bandeira francesa foi queimada frente à Embaixada de França, no centro de Dacar, por um grupo de manifestantes que gritavam slogans em louvor de Maomé e contra Charlie Hebdo, tendo a polícia usado gás lacrimogénio para dispersar a multidão, que gritava "Alá é grande".

Vários manifestantes criticaram o presidente Macky Sall por ter participado na marcha em Paris, no domingo, contra o "terrorismo", acusando-o de ser "um hipócrita" e de ter a obrigação - como sublinhou Malick Ndiaye, professor na Universidade de Dakar - de "pedir desculpas" aos senegaleses.

Em Carachi, no Paquistão, quando cerca de 350 manifestantes entraram em confronto com a polícia fora do consulado francês, pelo menos três pessoas ficaram feridas: Asif Hassan, fotógrafo da AFP alvejado nas costas, um agente da polícia e um operador de câmara de uma televisão local.

Enquanto isso, manifestantes em Peshawar e Multan queimaram bandeiras francesas nas ruas e manifestações decorriam em Islamabad e Lahore.

Na Jordânia, em Amã, cerca de 2.500 manifestantes partiram da mesquita de Al-Husseini sob um forte aparato de segurança, empunhando cartazes que diziam "insultar o profeta é o terrorismo global".

Em Cartum, centenas de sudaneses marchando na praça adjacente à Grande Mesquita entoaram frases a pedir a expulsão do "embaixador francês" e apelando a uma "vitória ao profeta de Deus", lendo-se numa bandeira que "o governo francês deveria pedir desculpas e pôr fim aos insultos a figuras religiosas".

No Líbano, em Tripoli 70 pessoas marcharam com bandeiras onde se inscrevia o nome do profeta e gritando "Alé é grande", enquanto em Baddawi, nos arredores da cidade, o líder de oração 'sheikh' Mohammed Ibrahimi se dirigia a centenas de fiéis dizendo: "Que Deus castigue este jornal e aqueles que o apoiam".

Em Istambul, cerca de 100 manifestantes reuniram-se em resposta a um apelo por um grupo que se autodenomina a Plataforma Fraternal dos Companheiros do Profeta, com algumas fotos dos irmãos Kouachis, enquanto em Tunes, vários tunisinos presentes na mesquita El-Fath Mesquita saíram perante algumas declarações do líder da oração, Noureddine Khadmi.

"Todos somos contra insultos feitos contra o nosso profeta, mas não é uma razão para matar", sustentou Khadmi, ao que alguns dos presentes reagiram gritando que os 'cartoonistas' do Charlie Hebdo "mereciam ser mortos por terem insultado o profeta várias vezes".

Já junto à mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, centenas de palestinianos manifestaram-se pacificamente, alguns com faixas em que se lia: "o Islão é uma religião de paz".

Os governos muçulmanos do Qatar e do Bahrein também se juntaram ao coro de condenação do 'cartoon'.

Por seu lado, o rei da Jordânia, Abdullah II, considerou a última edição do Charlie Hebdo "irresponsável e imprudente", enquanto o Conselho de Ulema (líderes religiosos), alegou criticou os novos desenhos, alegando que "nada têm a ver com liberdade de criatividade ou de pensamento" e advertindo que a sua publicação apenas "serve extremistas que estão em busca de desculpas para matar e praticar o terrorismo".

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