Mais de 50.000 chegaram num ano ao Reino Unido via Canal da Mancha

Mais de 50.000 migrantes entraram ilegalmente no Reino Unido através do Canal da Mancha desde julho do ano passado, segundo dados hoje atualizados pelo Home Office, o Ministério do Interior britânico.

Mediterrâneo, resgate, migrantes

© Hannah Wallace Bowman/MSF/Handout via REUTERS

Lusa
12/08/2025 18:34 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Migrações

Segundo o mais recente relatório do Governo britânico sobre a chegada de pequenas embarcações ao país, na segunda-feira, mais 474 pessoas alcançaram solo britânico em oito barcos pneumáticos -- o número mais alto registado neste mês de agosto, elevando para 50.271 as pessoas que entraram por esta via no Reino Unido entre o início de julho de 2024 e 11 de agosto deste ano.

 

Esta estatística do Governo trabalhista britânico incide apenas sobre o período desde que se encontra no poder, ou seja, desde a data em que Keir Starmer assumiu o cargo de primeiro-ministro, a 05 de julho de 2024.

Numa entrevista à televisão pública britânica BBC, a ministra para as Mulheres e a Igualdade, Jacqui Smith, eximiu o executivo trabalhista britânico de qualquer responsabilidade sobre a chegada ao país destas embarcações, sublinhando que o anterior Governo conservador, liderado por Rishi Sunak (2022-2024), "permitiu esta atividade atroz e criminosa".

A ministra trabalhista destacou as "medidas coerentes e com recursos que este Governo está a adotar", embora reconhecendo que se trata de "um problema extremamente grave" e que é sua responsabilidade tomar medidas para reduzir tais números.

"Entendemos quão preocupante isto é para as pessoas", vincou.

Esta é uma questão delicada para Starmer, que fez da luta contra estas travessias e, em particular, contra as redes de traficantes de pessoas, uma das suas prioridades.

Em 2022, ano recorde para as chegadas de migrantes que atravessaram nessas embarcações o Canal da Mancha -- que liga França ao Reino Unido -, 45.774 pessoas chegaram a território britânico.

Após uma queda em 2023, as travessias ilegais tiveram uma recuperação acentuada no ano passado (36.800), e os dados hoje apresentados sobre o ano de 2025 apontam para um novo recorde: 27.029 desde o início de ano, em contraste com menos de 20.000 no período homólogo de 2024.

Starmer está sob a pressão do partido anti-imigração Reform UK, que viu a sua popularidade crescer nas sondagens de opinião.

A líder da oposição conservadora, Kemi Badenoch, criticou hoje a atuação do Governo nesta matéria.

"O plano do Partido Trabalhista para erradicar os gangues era apenas um 'slogan'. A situação está muito pior desde que o Partido Trabalhista chegou ao poder, e ele não tem qualquer plano", afirmou.

Desde a sua chegada a Downing Street, o Governo trabalhista tem multiplicado os anúncios de novas medidas para tentar conter o fenómeno.

Em particular, celebrou com Paris um acordo que anunciou em julho em conjunto com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e que entrou em vigor na semana passada, para repatriar para França as pessoas chegadas em pequenos barcos, em troca do acolhimento de um número igual de pessoas que se encontrem em território francês e tenham apresentado um pedido de asilo numa plataforma 'online', desde que não tenham tentado anteriormente a travessia e tenham laços familiares no Reino Unido.

O executivo de Starmer aumentou também as expulsões de migrantes cujos pedidos de asilo foram rejeitados e de estrangeiros condenados no Reino Unido.

Leia Também: Estónia reforça segurança na fronteira com Rússia após incidente em 2023

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