Vladimir Putin "partilhou informações com [o líder norte-coreano] Kim Jong-un no contexto das próximas negociações com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump", de acordo com uma nota da presidência russa (Kremlin).
Antes do encontro com Putin, na sexta-feira, no Alasca, Trump já indicou que em cima da mesa deverá constar uma proposta de troca de territórios, numa tentativa de colocar fim ao conflito iniciado em fevereiro de 2022.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicou que as autoridades norte-americanas transmitiram que Moscovo pretende os restantes nove mil quilómetros quadrados de Donetsk, ainda sob controlo das forças de Kyiv e correspondentes à região onde se travam os combates mais intensos do conflito.
Hoje, o Presidente ucraniano, que não foi convidado para se juntar à reunião de Trump e Putin, referiu-se à cimeira no Alasca como "uma vitória" para o Kremlin.
Putin aproveitou o contacto com Kim para "valorizar muito" o apoio de Pyongyang na guerra com a Ucrânia, com o envio de tropas para participar na expulsão do exército ucraniano da região fronteiriça de Kursk, e elogiou "a coragem, o heroísmo e a abnegação" dos soldados norte-coreanos, de acordo com uma nota publicada na plataforma Telegram.
A Coreia do Norte tem fornecido efetivos militares, armamento e munições para o esforço de guerra russo na Ucrânia, desencadeado com a invasão de há três anos e meio.
Além de milhares de soldados envolvidos em operações de combate, particularmente na região russa de Kursk, Pyongyang forneceu grandes quantidades de projéteis de artilharia, foguetes e mísseis balísticos, segundo o centro de investigação norte-americano Atlantic Council.
Em troca deste apoio, a Coreia do Norte está a receber de Moscovo apoio alimentar, energia e tecnologia militar, o que poderá ajudar a modernizar as forças armadas, incluindo os programas nuclear e de mísseis, adiantou a mesma fonte.
Na conversa, o Presidente russo felicitou ainda o líder norte-coreano pelo próximo feriado do país, na sexta-feira: o 80.º aniversário da "libertação da Coreia do colonialismo japonês".
O líder comunista norte-coreano observou que esta celebração "é partilhada", referindo-se ao papel desempenhado pelo Exército Vermelho russo na luta contra os japoneses.
"Ambas as partes confirmaram o compromisso com o desenvolvimento futuro de relações de amizade, boa vizinhança e cooperação em todas as áreas, no âmbito do acordo de cooperação estratégica assinado em Pyongyang a 19 de julho de 2024", que inclui apoio militar em caso de agressão estrangeira, afirmou o Kremlin.
A presidência russa concluiu que ambos os líderes "concordaram em manter contactos futuros".
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