Artur Mas falava no arranque do Debate de Política Geral, que decorre até quarta-feira no parlamento regional da Catalunha, num discurso que começou pelas referências à vontade do Governo e da maioria das forças catalãs de realizar uma consulta aos catalães, a 9 de novembro, sobre o futuro da região.

"Um debate que decorre num momento especialmente transcendente e decisivo para o nosso país, para o seu presente e sobretudo para o seu futuro", disse, destacando o interesse que o tema está a suscitar na imprensa de todo o mundo.

"A ninguém escapa que o troço final de 2014 marcará um antes e um depois na história da Catalunha. Espero que assim seja", considerou.

Mas referiu-se ao momento atual que se vive, dentro e fora da Catalunha, destacando a "maturidade" que o processo de referendo escocês demonstra e a vontade dos catalães também serem ouvido sobre o seu futuro.

Vontade, disse, expressa na "importantíssima mobilização de uma parte significativa da população catalã", o que já ocorreu durante três anos consecutivos com megaprotestos na Diada, o dia regional.

E que é ecoada, sublinhou, "pela vontade e compromisso da Generalitat (Governo regional) e da maioria das forças políticas do parlamento de convocar uma consulta sobre o futuro político".

Mas iniciou depois uma defesa da atual situação da Catalunha que regressou ao crescimento económico e à saída da crise, fortalecendo a "crescente internacionalização" da sua economia.

"Tudo isto favorece a imagem do nosso país, porque além disso temos mais turistas que nunca, que gastam mais que nunca", disse, considerando a Catalunha "atraente para as férias e para o investimento estrangeiro".

Mas considerou que a situação está a melhorar, apesar das dificuldades que persistem, acusando o Governo central de conduzir uma "operação sistemática de desmontagem e destruição do autogoverno" das regiões autónomas espanholas.

"Desde a educação à economia, as comunidades autónomas não temos capacidade de decisão e assim é impossível sacar adiante o país", disse.

Depois da intervenção de hoje de Artur Mas será a vez, na terça-feira, das réplicas dos líderes das restantes forças políticas, e, na quarta-feira, o debate sobre as propostas de resolução.

A sessão semanal parlamentar é interrompida na quinta-feira, altura em que todos os olhos da Catalunha deverão estar virados para o referendo na Escócia, para muitos um exemplo essencial para o futuro dos catalães.

Depois, na sexta-feira e numa sessão extraordinária do plenário, o parlamento deverá aprovar, por ampla maioria, uma nova lei de consultas populares, com a qual os partidos pró-consulta pretendem contornar a oposição do parlamento nacional.