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Escola diz desconhecer agressão a menino nepalês. CEPAC denunciou ao MP

Ministro da Educação afiançou que o estabelecimento de ensino onde terá ocorrido o ataque, localizado na Amadora, desconhece o "alegado episódio" e que só tem alunos nepaleses no secundário. A associação que denunciou a agressão garante que já entregou toda a "informação precisa para apuramento dos factos alegados" às autoridades competentes.

Escola diz desconhecer agressão a menino nepalês. CEPAC denunciou ao MP
Notícias ao Minuto

13:30 - 16/05/24 por Notícias ao Minuto

País Violência

No início da semana, a Rádio Renascença deu conta de um caso de linchamento numa escola de Lisboa, alegadamente com motivações racistas e xenófobas, que se sabe agora ter acontecido na Amadora. Um menino de nove anos terá sido agredido, no início do ano, por um grupo de cinco colegas, também menores, enquanto outro filmava para, posteriormente, partilharem as imagens em grupos de WhatsApp.

A denúncia do ataque foi feita por Ana Mansoa, diretora-geral do Centro Padre Alves Correia (CEPAC), que pertence aos Missionários do Espírito Santo, uma congregação missionária que trabalha sobretudo em África.

De acordo com a responsável, o menino foi de tal forma agredido que além de "hematomas pelo corpo todo", ficou com "feridas abertas". Apesar disso, por ter "medo", a família preferiu não apresentar queixa às autoridades nem dirigir-se a nenhum hospital para que a criança pudesse ser tratada.

Dois meses após o ataque, revelou ainda Ana Mansoa à Renascença, o menino ainda acorda à noite com pesadelos e tem medo de ir à nova escola para a qual foi, entretanto, transferido, a pedido da família.

No vídeo divulgado pelos agressores é possível ouvir-se, ainda segundo a diretora-geral do CEPAC, os agressores a insultar a criança com frases como: "vai para a tua terra, não és igual a nós", "não és daqui", "não queremos nada contigo", entre outras coisas que Ana Mansoa preferiu não mencionar.

A gravidade do caso fez com que o mesmo acabasse por ganhar destaque nacional, com o Governo e o Presidente da República a reagirem, assim como outros políticos, famosos e milhares de anónimos. Mas há algumas informações contraditórias.

Escola desconhece "alegado episódio"

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação disse, na quarta-feira, que a escola onde foi denunciada a agressão desconhece "o alegado episódio" e que os únicos estudantes nepaleses do estabelecimento frequentam o ensino secundário, pelo que "não existe qualquer ocorrência disciplinar registada", algo que o ministro da Educação, reiterou esta quinta-feira, acrescentando que todos os casos de violência devem ser denunciados às autoridades.

"Quando a notícia foi veiculada, o ministério procurou saber. Os serviços foram junto das escolas e, de facto, com os contornos que foram descritos na comunicação social nós não temos a identificação do caso", afirmou Fernando Alexandre.

Numa primeira reação ao alegado linchamento, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, realçou que situações como esta são "sempre condenáveis", mas que o caso não pode ser avaliado "de forma genérica", uma vez que tal pode levar a "cometer injustiças".

Informação entregue às "entidades competentes"

Esta quinta-feira, o CEPAC enviou um comunicado ao Notícias ao Minuto onde garante que entregou toda a "informação precisa para apuramento dos factos alegados" às entidades competentes e que não falará mais sobre o assunto, uma vez que considera que a exposição poderá prejudicar ainda mais o bem-estar da criança.

À TSF a Polícia de Segurança Pública (PSP) revelou que ainda não recebeu qualquer queixa sobre a suposta agressão.

"A PSP apenas teve conhecimento da situação através dos órgãos de comunicação social. Neste momento estamos a recolher os elementos essenciais de informação da ocorrência para comunicação ao Ministério Público (MP)", afirma a força de segurança.

Entretanto, o jornal Público garante que o caso já foi participado pela associação ao MP, a quem caberá fazer o seguimento da situação. O Notícias ao Minuto está a tentar confirmar esta informação junto da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Leia Também: CEPAC garante que entregou informação sobre linchamento de menino nepalês

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