Jornal do PCC defende relação China-Hungria como modelo para países da UE
Um jornal oficial do Partido Comunista Chinês apontou hoje a cooperação entre China e Hungria como modelo para outros países da União Europeia (UE) ao "demonstrar uma nova possibilidade" para além da "confrontação entre blocos".
© VIVIEN CHER BENKO/POOL/AFP via Getty Images
Mundo China
Em editorial, o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês, considerou que China e Hungria estão a embarcar numa "viagem dourada", que "só vai melhorar à medida que avançarem", numa altura em que o Presidente chinês, Xi Jinping, encerra uma visita de dois dias ao país europeu.
"Apesar de terem histórias, culturas e sistemas políticos diferentes, China e Hungria tornaram-se amigos íntimos e tratam-se com sinceridade", observou o Global Times. "Os dois países respeitam as trajetórias de desenvolvimento únicas de cada um e apoiam-se mutuamente em questões de interesse central", acrescentou.
Numa referência implícita aos Estados Unidos e países aliados, o órgão do Partido Comunista criticou "alguns países" por "exagerarem conflitos ideológicos" e "fomentarem a divisão e o confronto" na comunidade internacional, o que "dificulta o processo de globalização e mina os esforços coletivos para enfrentar os desafios mundiais".
"Neste contexto, a valiosa experiência adquirida com os intercâmbios entre China e Hungria torna-se ainda mais significativa", sublinhou.
Os dois países assinaram na quinta-feira vários novos acordos para aprofundar a cooperação económica e cultural durante a visita de Xi Jinping a Budapeste, na última etapa de um périplo de cinco dias do líder chinês pela Europa.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, elogiou a "amizade contínua e ininterrupta" entre os dois países desde o início do seu mandato, em 2010, e prometeu que a Hungria vai continuar a acolher o investimento chinês.
Pequim investiu já milhares de milhões de euros na Hungria. Em dezembro, Budapeste anunciou que a fabricante chinesa de veículos elétricos BYD vai abrir a sua primeira fábrica europeia de produção de automóveis no sul do país.
A Hungria está também a acolher várias fábricas chinesas de baterias para veículos elétricos e espera tornar-se um centro mundial de fabrico de baterias de iões de lítio, tendo empreendido um projeto ferroviário - parte da Iniciativa Faixa e Rota de Xi Jinping - para ligar o país ao porto de Pireu, na Grécia, controlado pela China, como ponto de entrada de produtos chineses na Europa Central e Oriental.
"Olhando para a economia e o comércio mundiais de há 20 anos, não se assemelha em nada ao que vivemos hoje", observou Orbán. "Nessa altura, vivíamos num mundo unipolar e agora vivemos numa ordem mundial multipolar e uma das principais colunas desta nova ordem mundial é a China", realçou.
Para o Global Times, a 'viagem dourada' da China e Hungria é o "caminho certo" para os Estados soberanos se relacionarem de forma "independente e amigável com o mundo exterior".
"Isto é especialmente significativo para a Europa, que está em busca de autonomia estratégica", frisou.
JPI //APN
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