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Kyiv afirma que Rússia dedicou quase 600 milhões de euros à propaganda

Os serviços de informação ucranianos alegaram hoje que a Rússia alocou mais de 58 mil milhões de rublos (cerca de 587 milhões de euros) ao longo de 2023 para financiar atividades de propaganda interna.

Kyiv afirma que Rússia dedicou quase 600 milhões de euros à propaganda
Notícias ao Minuto

20:08 - 11/04/24 por Lusa

Mundo Ucrânia

Segundo um comunicado das autoridades ucranianas, o Kremlin (presidência russa) confiou este tipo de atividades a organizações supostamente sem ligações diretas ao Governo russo, mas que na realidade agem em nome do executivo.

"Estamos a falar de estruturas que formalmente não têm qualquer relação com o Estado agressor, que se posicionam como 'autónomas', mas que na realidade, por ordem do Kremlin, produzem o chamado 'conteúdo patriótico'", indicou o documento.

Os serviços de informações de Kyiv argumentam que estas organizações difundem a sua propaganda pró-Kremlin através da Internet, notícias, filmes, séries e até videojogos.

As organizações comprometeram-se, em troca de dinheiro do Kremlin, a formar uma opinião pública "leal ao regime" de Vladimir Putin, a justificar a invasão russa da Ucrânia e a glorificar a participação dos militares de Moscovo na guerra, segundo apontou a mesma nota informativa.

No final de fevereiro, a "secreta" de Kyiv disse esperar que as ações de desestabilização e desinformação por parte da Rússia atingissem o máximo entre março e maio, com vista a dividir os ucranianos e semear divisões no apoio ocidental.

O suposto plano promovido por Moscovo recorreria a "sabotagem planeada, operações de informação e provocações arrogantes" com um pico até maio, em preparação de uma fragilização das forças ucranianas na primeira quinzena de junho, segundo os serviços secretos militares de Kyiv.

"A Operação Especial Maidan-3 atingirá o seu culminar em março-maio de 2024 (...). O inimigo fará todos os esforços para espalhar narrativas destrutivas para a segurança global e tentar incitar conflitos - tanto dentro da Ucrânia como noutras partes do mundo onde existe um apoio eficaz à Ucrânia", referiu na altura.

A operação em causa e que alude ao nome da revolução ucraniana que há uma década afastou a influência russa do poder de Kyiv, visava, segundo a "secreta" militar, perturbar a mobilização para as Forças Armadas, espalhar desinformação sobre a capacidade da Ucrânia em vencer a guerra e "criar e espalhar falsificações sobre o 'cansaço da Ucrânia' entre os aliados ocidentais" para reduzir o seu apoio militar.

Dentro da Ucrânia, os objetivos da Rússia, prosseguia o serviço de informações, pretende, por sua vez, "desmoralizar os ucranianos, semear o pânico entre a população, criar uma barreira entre os militares e os civis e colocar todos em conflito com todos", incluindo representantes da liderança política e da sociedade civil.

"Os serviços especiais russos têm vasta experiência na condução de guerras híbridas. Não gastam menos em ataques de informação contra a Ucrânia do que em guerra convencional", alertava então a "secreta" de Kyiv, citando um relatório ucraniano que apontava para um gasto, no âmbito da Operação Maidan-3 de 250 milhões de dólares (233 milhões de euros) para "a propagação do sentimento anti-ucraniano" só na rede social Telegram.

O orçamento total da operação "foi astronómico", no valor de 1,4 mil milhões de dólares (1,38 mil milhões de euros), e é a ação "mais cara dos serviços especiais russos da história", destacou na mesma ocasião a entidade ucraniana.

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