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Forçado êxodo de 500 palestinianos na Cisjordânia em 20 meses, diz ONG

A crescente violência dos colonos israelitas na Cisjordânia ocupada e a tomada ilegal de terras forçaram a deslocação de cerca de 500 palestinianos de sete comunidades nos últimos 20 meses, segundo um relatório do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC).

Forçado êxodo de 500 palestinianos na Cisjordânia em 20 meses, diz ONG
Notícias ao Minuto

15:10 - 11/08/23 por Lusa

Mundo colonos israelitas

"Comunidades palestinianas inteiras estão a ser varridas do mapa. Um legado vergonhoso de violência implacável, intimidação e assédio perpetuados pelos colonos israelitas e, em alguns casos, encorajados pelas autoridades israelitas", afirmou Ana Povrzenic, diretora para a Palestina do NRC, organização humanitária independente.

Embora não seja um fenómeno novo, a violência dos colonos -- quase sempre impune -- tem vindo a aumentar desde 2022 e, na semana passada, um palestiniano de 19 anos foi morto por colonos na aldeia palestiniana de Burqa.

A ONU documentou 591 incidentes relacionados com colonos nos primeiros seis meses deste ano, que resultaram em vítimas palestinianas, danos materiais ou ambos, um aumento de quase 40% em comparação com o mesmo período de 2022, quando já se tinha registado o maior número de incidentes desde que as Nações Unidas começaram a registá-los, em 2006.

Até agora, este ano, 10 palestinianos foram mortos e quase 2.000 ficaram feridos na Cisjordânia ocupada durante incidentes violentos com colonos, de acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).

"A rápida criação de postos avançados e a ocupação de terras palestinianas está a sufocar as comunidades palestinianas, a destruir os seus meios de subsistência e a pôr em perigo as suas vidas, que não têm outra alternativa senão fugir, deixando para trás as suas casas, escolas e empregos", afirmou Povrzenic.

Recentemente, mais de uma dezena de famílias, incluindo 89 palestinianos, entre os quais 39 crianças, foram deslocadas à força da aldeia de Ras At-Tin, a leste de Ramallah, na sequência do aumento do assédio e da intimidação por parte dos colonos.

Segundo o NRC, os colonos israelitas apoderaram-se das terras de pastagem da comunidade e instalaram uma vinha junto a uma base militar israelita.

Além disso, 60 outras comunidades palestinianas correm um risco elevado de deslocalização forçada devido à "violência dos colonos e soldados israelitas, à expansão dos colonatos e às políticas e práticas profundamente discriminatórias de Israel, incluindo o seu regime ilegal de planeamento e ordenamento do território", acrescenta o relatório.

A Cisjordânia ocupada está a viver a maior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005) e este ano 179 palestinianos já foram mortos no âmbito do conflito israelo-palestiniano, a maioria deles milicianos, em confrontos armados com tropas e atacantes israelitas, mas também civis, incluindo 32 menores.

Paralelamente, a zona assistiu à proliferação de novos grupos armados palestinianos, que realizam cada vez mais ataques e causaram 30 mortos do lado israelita, na maioria colonos, cinco dos quais menores, e três militares.

Leia Também: Cerca de 600 incidentes com colonos israelitas na Cisjordânia em 6 meses

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