Polícia iraniana diz que morte de Mahsa Amini foi "incidente infeliz"
As autoridades descartaram-se das responsabilidades de a morte ter acontecido sob custódia, e dizem mesmo que contra si estão a cair "acusações cobardes".
© Reuters
Mundo Mahsa Amini
A polícia iraniana considerou, esta segunda-feira, que a morte de Mahsa Amini - a jovem que morreu sob custódia e cujo caso já gerou alguns protestos no país - foi um "incidente infeliz".
"Este incidente é lamentável para nós e esperamos nunca mais testemunhar algo assim", disse o chefe da polícia de Teerão, citado pela agência de notícias Fars.
Hossein Rahimi negou ainda que a jovem, de 22 anos, tenha sofrido maus tratos após ser detida pela polícia moral, cuja responsabilidade é garantir que as mulheres iranianas cumpram com as regras impostas pelo país, como não mostrar o cabelo ou usar roupas largas.
"Acusações cobardes foram feitas contra a polícia iraniana. Vamos esperar até ao dia do julgamento, mas não podemos deixar de garantir a segurança", continuou o responsável, que garantiu ainda que a polícia estava a fazer um "trabalho muito positivo".
Já quanto à causa de morte, defendeu que essa é uma questão de saúde e que não está ligada ao tema da segurança.
Mahsa Amini morreu na sexta-feira depois de dois dias em coma. A jovem foi detida por esta polícia especial depois de não utilizar o hijab da forma correta. A morte de Amini levou a uma onda de protestos, inclusive funeral, dado que as mulheres são vítimas de regras restritas. O tema do cumprimento dos direitos humanos no país voltou a ser tema de conversa, e a onda de protestos levou até que muitas mulheres esteja a cortar os cabelos e a queimar o hijab como forma de solidariedade.
Un grupo de valientes mujeres, que se animaron a quitarse el hiyab en público, están liderando las movilizaciones por las calles de Irán. Muchas han perdido el miedo a quitárselo y es cada vez más frecuente ver que se lo saquen en público. Impresionante. pic.twitter.com/C25M4m714b
— Agustín Antonetti (@agusantonetti) September 18, 2022
O corpo de Amini foi transportado, no sábado, para a sua cidade natal Saghez, a 460 quilómetros de Teerão, na província do noroeste do Curdistão.
As autoridades lançaram investigações sobre a sua morte após ordem do presidente Ebrahim Raisi, informou o meio de comunicação estatal.
Segundo a lei sharia do Irão, imposta após a revolução de 1979, as mulheres são obrigadas a cobrir os cabelos e usar roupas largas para disfarçar as suas curvas.
Leia Também: Cortam cabelo e queimam hijab em revolta pela morte de jovem iraniana
Seguro de vida: Não está seguro da sua decisão? Transfira o seu seguro de vida e baixe a prestação
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com