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Presidência da Chéquia na UE será centrada na guerra e resposta à crise

A invasão russa da Ucrânia a resposta da Europa para combater as consequências deste conflito serão as principais prioridades da República Checa durante a sua presidência do Conselho da União Europeia (UE), durante o segundo semestre do ano.

Presidência da Chéquia na UE será centrada na guerra e resposta à crise
Notícias ao Minuto

22:11 - 15/06/22 por Lusa

Mundo Chéquia

O lema da Chéquia para a presidência, cargo que assume em substituição da França em 01 de julho, é "A Europa como uma tarefa: repensar, reconstruir, repotenciar", sendo baseado num discurso de 1996 do malogrado Presidente checo, Vaclav Havel.

"A Europa e o mundo inteiro estão a passar por uma mudança crucial", destacou esta quarta-feira o primeiro-ministro, Petr Fiala, durante a apresentação das prioridades do seu país.

"A invasão russa abalou muitas das nossas certezas", salientou Fiala.

O país comprometeu-se a usar a presidência rotativa do Conselho da UE, que define e delineia a agenda política, para ajudar a Ucrânia de todas as maneiras possíveis.

Os checos estão entre os países do leste europeu que apoiam de forma clara a aceleração da candidatura da Ucrânia à UE.

"Temos dois objetivos concretos. O primeiro é conceder à Ucrânia o estatuto de candidata o mais rápido possível (...). O segundo é o nosso apoio às mais duras sanções possíveis contra a Rússia", realçou o primeiro-ministro perante o Parlamento checo.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desta forma, a presidência checa trabalhará em conjunto com a Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, para fornecer assistência às nações mais afetadas pelo movimento de ucranianos, incluindo países como a Polónia, Roménia ou Hungria.

Mais de 375.000 ucranianos, a maioria mulheres e crianças, registaram pedidos na República Checa para receber vistos especiais de longo prazo, que lhes permitem aceder a empregos e assistência médica.

Os checos esperam também acolher em Praga uma cimeira de líderes europeus sobre a reconstrução da Ucrânia no pós-guerra, inclusive com a participação do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

No entanto, este cenário parece longínquo, devido aos intensos combates no leste da Ucrânia, em especial pela conquista do Donbass, que, segundo Zelesnky, tem já 2.500 quilómetros de frente de combate.

Outro assunto, sobre o futuro da UE, que estará em cima da mesa, é a redução drástica da dependência dos 27 Estados-membros de "regimes hostis ou instáveis".

Este objetivo antecipa um potencial confronto com 'pesos pesados' europeus como a Alemanha ou Itália, países muito dependentes das importações de energia russa, especialmente o gás natural.

Tal como a França, a República Checa é fortemente dependente da energia nuclear e planeia construir mais reatores para "garantir a segurança energética da UE e cumprir as metas climáticas".

Os checos pretendem também promover compras conjuntas voluntárias de gás, objetivo que pode ser mais adequado para alcançar um compromisso entre os membros da UE.

A empresa russa Gazprom anunciou esta quarta-feira que vai reduzir em mais de um terço as entregas de gás para a Europa, através do gasoduto Nord Stream, após problemas com os equipamentos, o que gera mais turbulências a nível energético para a Europa.

Na área da Defesa, a República Checa também pretende reforçar as capacidades da Europa, em cooperação com a NATO, na luta contra a desinformação e para aumentar a cibersegurança.

A redução da inflação elevada e o reforço da resiliência da economia europeia são também outras prioridades checas, após a inflação ter subido na zona euro para 8,1% em maio e aumentado para os 16% na República Checa, que não utiliza o euro, ao contrário de 19 países da UE.

Fiala defendeu que a inflação "é uma consequência direta da guerra de Putin contra o mundo ocidental".

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