Seis migrantes morrem em naufrágio na costa da Líbia
Estavam cerca de 60 refugiados sírios e libaneses a bordo. Naufrágio é mais um numa série de ataques da polícia líbia contra os migrantes no mar.
© SOS Mediterranée/Twitter
Mundo Líbano
Uma embarcação que levava cerca de 60 refugiados sírios e libaneses virou no mar Mediterrâneo, na noite de sábado, junto à costa de Tripoli, na Líbia. No naufrágio, morreram pelo menos seis pessoas, uma delas uma criança de nacionalidade libanesa.
Segundo contou à Reuters o ministro dos transportes do Líbano, Ali Hamie, o barco virou quando as forças navais embateram contra a frágil embarcação, enquanto o suspeito por transportar ilegalmente os refugiados fugia das autoridades.
No entanto, através do Twitter, a associação SOS Mediterranée, uma organização não-governamental (ONG) que apoia refugiados a atravessar o mar Mediterrâneo, afirmou que a embarcação da marinha líbia "aproximou-se do local, causando o pânico".
Eventually, all those in distress could be safely evacuated by our team. Among them are 17 unaccompanied minors.
— SOS MEDITERRANEE (@SOSMedIntl) April 24, 2022
The survivors are exhausted and being now cared for by @SOSMedIntl & @ifrc onboard the #OceanViking. pic.twitter.com/PNJt0AoZrm
O governo libanês disse à Reuters que salvou pelo menos 47 pessoas, havendo ainda várias pessoas desaparecidas. Já a SOS Mediterranée explica que "todos os que precisaram foram resgatados de forma segura" pela equipa, incluindo 17 menores não-acompanhados.
O corpo da criança foi encontrado no sábado à noite, e o exército encontrou os restantes cinco corpos na manhã de domingo.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, anunciou um dia de luto pelas vítimas do naufrágio, para esta segunda-feira.
Segundo a organização Missing Migrants, já morreram em 2022 mais de 500 refugiados a tentar atravessar o Mediterrâneo, com a grande maioria a naufragar perto da costa da Líbia.
Os embates entre as autoridades marítimas líbias e os refugiados que tentam fugir de zonas de conflito, em direção à Europa, não são recentes. A Líbia já foi acusado por várias organizações não-governamentais por violar convenções de direitos humanos, pela forma como detém refugiados no seu território.
Parte desta agressividade por parte dos líbios é responsabilidade da União Europeia, acusa a ONG Médicos Sem Fronteiras, que cita o acordo de 2017 entre os governos italiano e líbio, renovado em 2020, através do qual fundos europeus estão a ser direcionados para a Líbia para aumentar a segurança em torno do seu território mediterrânico, impedindo a chegada de mais refugiados.
Segundo os Médicos Sem Fronteiras, a Itália "deixou de lado 32,6 milhões de euros para missões internacionais de apoio à guarda costeira líbia, com 10,5 milhões alocados em 2021".
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