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Espanha. Investigado lar onde morreram quase 100 idosos

Um tribunal investigou o lar de idosos Ca N'Amell, em Barcelona, pela morte de residentes, tratamento degradante e "sofrimento gratuito" de dezenas de pessoas idosas.

Espanha. Investigado lar onde morreram quase 100 idosos
Notícias ao Minuto

18:09 - 06/04/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Espanha

O Tribunal de Mataró começou a investigar o lar Ca N'Amell em Premiá de Mar, Barcelona, Espanha, por homicídio por negligência e tratamento degradante de dezenas de idosos.

Morreram 96 residentes neste lar durante os primeiros meses da pandemia. Nove morreram antes do confinamento, 64 durante o primeiro mês e meio, no qual "nem o diretor nem o médico adotaram medidas para evitar o contágio" e "não mostraram qualquer colaboração com os profissionais de saúde pública", revela a acusação. 

Depois de ficar infetada com Covid-19, María - nome fictício- foi confinada com outras mulheres idosas no ginásio do lar.

Não havia aquecimento, não havia casa de banho, não havia botões de aviso e os funcionários do centro quase nunca iam ao quarto para a ver, noticia o SER. A 11 de abril de 2020, a família foi informada de que María estava prestes a morrer e que seria iniciado um tratamento paliativo. No entanto, tal nunca foi fornecido por que não havia mais medicamentos no lar de idosos.

"Quando o filho foi despedir-se da mãe, encontrou-a cheia de vómito, com muco na garganta e asfixia", denuncia a acusação.

A "taxa de mortalidade muito elevada" obrigou o governo espanhol a intervir no centro. As inspeções revelaram até dez infrações graves, forçando a Generalitat (entidade governamental) a informar o Ministério Público. A investigação policial sobre o "caos" durante a pandemia revelou tratamento desumano e "sofrimento gratuito" dos residentes perante o coronavírus.

Durante a pior parte da pandemia, o diretor do lar proibiu explicitamente o uso de máscaras, "mesmo sob ameaça de sanção disciplinar". De acordo com o Ministério Público, forçou pessoas "a irem trabalhar apesar de mostrarem sintomas de Covid-19". Não foram utilizadas luvas ou equipamento de proteção, e os pacientes positivos foram misturados com outros sem sintomas e não foram utilizadas soluções desinfetantes.

Havia apenas uma enfermeira para cuidar de 170 idosos. O relato da acusação descreve um pesadelo mesmo antes da pandemia. Dezenas de residentes sofreram de desnutrição extrema, desidratação, feridas e problemas resultantes de erros de medicação, revela ainda o SER. 

Leia Também: Covid-19. EMA e ECDC defendem nova dose de reforço em maiores de 80 anos

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