Amnistia saúda "rara notícia positiva" no processo de Assange

A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional classificou hoje como "uma rara notícia positiva" a autorização de um tribunal britânico ao fundador do portal WikiLeaks Julian Assange para recorrer contra a extradição para os Estados Unidos. 

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Lusa
20/05/2024 17:51 ‧ 20/05/2024 por Lusa

Mundo

WikiLeaks

"A decisão do Tribunal Superior [de Londres] é uma rara notícia positiva para Julian Assange e para todos os defensores da liberdade de imprensa", afirmou o consultor jurídico da organização não-governamental (ONG) Simon Crowther, que assistiu hoje à audiência na instância judicial na capital britânica na qualidade de observador.

Embora o processo continue nos tribunais britânicos, o jurista apelou aos Estados Unidos da América (EUA) "para que ponham finalmente termo a esta saga vergonhosa, retirando todas as acusações contra Assange". 

"Isso faria com que o processo no Reino Unido parasse imediatamente e Julian Assange seria libertado. Assange já passou cinco anos na prisão no Reino Unido, muitos dos quais foram arbitrários", lamentou. 

O Tribunal Superior de Londres aceitou hoje de manhã o pedido do jornalista e ativista australiano para recorrer contra a extradição do Reino Unido para os EUA, após ouvir argumentos que sustentaram que o fundador do WikiLeaks poderá não ser protegido pelas garantidas dadas pela Constituição norte-americana à liberdade de imprensa.

O australiano está preso desde 2019 na prisão de alta segurança de Belmarsh, na zona leste de Londres.

Os EUA acusam Assange de 18 crimes de espionagem e de intrusão informática pelas revelações feitas no portal WikiLeaks através da divulgação de documentos confidenciais, que em 2010 e 2011 expuseram violações de direitos humanos cometidas pelo exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão.

Entre os documentos estava um vídeo que mostrou um helicóptero de combate norte-americano a disparar sobre civis em julho de 2007, resultando em mais de uma dezena de mortos, incluindo dois jornalistas da agência de notícias Reuters.

Washington quer julgar Assange pela divulgação de mais de 700 mil documentos secretos e é acusado pelas autoridades norte-americanas ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917, podendo ser condenado até 175 anos de prisão.

Assange foi detido pela polícia britânica em 2019, após sete anos de reclusão na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de violação. Desde então encontra-se na prisão de alta segurança de Belmarsh.

Leia Também: Mulher de Assange pede a Biden para "abandonar" pedido de extradição

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