Joe Biden promete lutar pelo direito de voto das minorias nos EUA
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai prometer hoje, num discurso em Atlanta (Geórgia), lutar contra "todos os inimigos estrangeiros e nacionais" para reformar a lei eleitoral norte-americana e proteger o direito de voto das minorias.
© SAUL LOEB/AFP via Getty Images
Mundo Joe Biden
"Não vou ceder. Defenderei o vosso direito de voto e a nossa democracia contra todos os inimigos estrangeiros e nacionais", dirá Biden, segundo excertos divulgados pela Casa Branca citados pelas agências de notícias espanhola EFE e France-Presse (AFP).
Biden e a vice-Presidente, Kamala Harris, viajam hoje para Atlanta para discutir a "necessidade urgente de aprovar legislação para proteger o direito constitucional de voto".
"Nos próximos dias, quando estas propostas legislativas surgirem para votação, marcará um ponto de viragem nesta nação", dirá o Presidente, segundo o seu gabinete.
O partido Republicano conseguiu aprovar 33 leis que restringem a votação em 19 estados no ano passado, sob a presidência de Donald Trump (2017-2021), especialmente para as minorias e, em particular, para os afro-americanos.
Num discurso proferido no verão de 2021, Biden descreveu as restrições de voto impostas pelos republicanos a nível estatal como "o desafio mais significativo para a democracia [norte-americana] desde a Guerra Civil" de meados do século XIX.
Dez meses antes das eleições intercalares (as chamadas 'midterms') para o Congresso dos Estados Unidos da América (EUA) em novembro, os democratas decidiram regressar à luta com uma tentativa de aprovar a reforma eleitoral, mas enfrentam a oposição republicana no Senado (câmara alta), onde têm 51 lugares contra 50.
No seguimento do apelo que fez a favor da democracia na semana passada, no Capitólio, Biden escolheu a Geórgia, um estado do Sul emblemático da luta pelos direitos civis no passado e da luta política de hoje, para defender uma reforma profunda dos direitos de voto.
O objetivo é legislar sobre as condições de exercício do direito de voto, desde a inscrição nos cadernos eleitorais até à contagem dos votos, incluindo a votação por correspondência e a verificação da identidade dos eleitores.
Para isso, Biden é "a favor da alteração das regras do Senado para garantir que este possa voltar a funcionar", disse um alto funcionário da Casa Branca à AFP.
A agência francesa diz que Biden está a fazer uma aposta política importante, porque pretende quebrar com uma prática enraizada nos Estados Unidos que exige que o Senado reúna 60 votos para levar a legislação a votação, com exceção das leis orçamentais.
Ao quebrar a regra dos 60 votos, o Presidente democrata provocará a ira da oposição conservadora, mas também se arrisca a enfrentar alguns dos senadores democratas ligados a esta prática profundamente enraizada, destinada a promover o consenso e a moderação.
Biden vai precisar de reunir todos os senadores democratas sem exceção e pelo menos um deles, Joe Manchin, já se mostrou relutante em apoiá-lo na questão do direito de voto, depois de ter bloqueado anteriormente um projeto de reformas sociais progressistas do Presidente, segundo a AFP.
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