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Jovem de 14 anos vai ser julgada por participar em protestos do Hirak

A justiça argelina vai, pela primeira vez, julgar uma menor de 14 anos por envolvimento com o movimento de protesto pró-democracia, Hirak, disseram hoje um advogado e uma organização não-governamental local.

Jovem de 14 anos vai ser julgada por participar em protestos do Hirak
Notícias ao Minuto

17:44 - 23/12/21 por Lusa

Mundo Argélia

Argel, 23 dez 2021 (Lusa) -- A justiça argelina vai, pela primeira vez, julgar uma menor de 14 anos por envolvimento com o movimento de protesto pró-democracia, Hirak, disseram hoje um advogado e uma organização não-governamental local.

Segundo o advogado Abdelhalim Khereddine, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP), a jovem terá de comparecer na próxima quarta-feira, juntamente com outras 20 pessoas, no tribunal de Annaba (leste), para responder à acusação de participação numa "manifestação desarmada".

Khereddine disse esperar o adiamento do julgamento, uma vez que a jovem, por lei, deve ser julgada por um tribunal de menores, pedido que entregará no próprio dia da audiência.

"É um precedente sério porque julgamos uma criança de 14 anos por factos políticos", protestou o advogado, lembrando que a maioridade legal na Argélia se atinge aos 18 anos.

O pai da jovem está na prisão há oito meses, acusado, segundo Khereddine, de pertencer à organização conservadora islâmica Rachad, considerada como um movimento "terrorista" pela Argélia.

"É uma estreia. O poder deu um novo passo na escalada da repressão. Nem mesmo as crianças são poupadas", frisou à AFP Said Salhi, vice-presidente da Liga de Defesa dos Direitos Humanos da Argélia (LADDH).

"É o assédio contra toda uma família. O poder quer dissuadir e pressionar os argelinos a renunciarem aos seus direitos e à sua luta", acrescentou Salhi.

Quase 300 pessoas estão atualmente presas na Argélia por alegada associação ao movimento de protesto pró-democracia, o Hirak, que abala o país desde 2019, ou pela defesa e promoção das liberdades individuais.

Os processos judiciais têm na base, maioritariamente, publicações nas redes sociais, segundo o Comité Nacional para a Libertação de Presos (CNLD).

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