PT descreve vitória de Ortega como "demonstração democrática"
O Partido dos Trabalhadores (PT) brasileiro, formação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, qualificou hoje as questionadas eleições de domingo em Nicarágua, em que Daniel Ortega foi reeleito Presidente, como "grande manifestação popular e democrática".
© Reuters
Mundo Nicarágua
"Os resultados preliminares, que sinalizam a reeleição de Daniel Ortega e Rosario Murillo, da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), confirmam o apoio da população a um projeto político cujo objetivo principal é a construção de um país sociedade socialmente justo e igualitário", indicou a maior força de esquerda da América Latina em comunicado.
Segundo a formação política que governou o Brasil entre 2003 e 2016, primeiro com Lula e depois com Dilma Rousseff, a vitória de Ortega ocorreu apesar de "várias tentativas de desestabilizar o Governo e do bloqueio internacional contra Nicarágua e o seu atual Governo, situação que penaliza os mais pobres".
O PT, principal partido da oposição no Brasil, acrescentou que espera continuar junto com o FSLN no caminho da construção de uma América Latina livre e soberana, de uma região de paz e democracia social que possa servir de exemplo para o mundo.
A formação de Lula foi até agora a única no Brasil a manifestar-se sobre as eleições de domingo em Nicarágua, que não foram reconhecidas pela maioria da comunidade internacional, incluindo pelos Estados Unidos da América e pela União Europeia, por considerá-las ilegítimas.
Os críticos do processo eleitoral alegam que a participação democrática foi restringida pela prisão de sete candidatos à Presidência pela oposição, candidatos esses que despontavam como os principais adversários de Ortega, a dissolução de três partidos políticos e o controlo sandinista sobre o órgão eleitoral, entre outros.
Segundo as autoridades eleitorais, Ortega, que voltou ao poder em 2007, após coordenar uma Junta de Governo de 1979 a 1985 e presidir Nicarágua pela primeira vez de 1985 a 1990, conquistou um quinto mandato no domingo, quando foi reeleito com 76% de os votos.
O secretário adjunto para a América Latina do Departamento de Estado norte-americano, Ricardo Zúñiga, afirmou hoje que Nicarágua foi confirmada como "uma ditadura" após a "farsa eleitoral" de domingo.
Por sua vez, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu aos países membros que respondam a esta "clara violação da Carta Democrática" durante a Assembleia Geral que começa na quarta-feira.
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