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Líder da Igreja Ortodoxa acusa Governo de querer "destruir" Tigray

O chefe da Igreja Ortodoxa Etíope, Abune Mathias, acusou o Governo de querer "destruir" a região de Tigray, na Etiópia, num vídeo com os seus primeiros comentários públicos à guerra de seis meses no norte do país.

Líder da Igreja Ortodoxa acusa Governo de querer "destruir" Tigray
Notícias ao Minuto

10:33 - 08/05/21 por Lusa

Mundo Etiópia

A declaração de Abune Mathias, ele mesmo de Tigray, surge numa gravação de vídeo transportada da Etiópia por um amigo, depois de tentativas anteriores de se manifestar serem "abafadas e censuradas", uma posição pública rara na Etiópia, desde o início do conflito entre o exército federal etíope e as forças leais ao partido governante, a Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF).

"Estão a trabalhar dia e noite para destruir Tigray. Não têm trégua quando se trata de aniquilar cidadãos de Tigray", afirma Abune Mathias, num vídeo de 14 minutos, em que denuncia ainda que "em todas as partes do Tigray há massacres" e que "querem varrer da face da terra" os cidadãos daquela região.

No início de novembro, o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, galardoado em 2019 com o Prémio Nobel da Paz, enviou o exército federal a Tigray para prender e desarmar os líderes da TPLF, a quem acusa de orquestrar ataques a bases militares.

Abiy Ahmed tem defendido que o exército tinha como alvo a TPLF, e não os civis, mas abusos contra civis, incluindo massacres e violações por gangues, foram relatados e documentados.

De acordo com testemunhas e sobreviventes, houve execuções por soldados etíopes e tropas da vizinha Eritreia, denunciando Abune Mathias um "massacre de pessoas, em particular o assassínio de pessoas inocentes".

O Chefe da Igreja lamenta ainda os danos causados nos mosteiros ortodoxos de Tigray, bem como os massacres em terras pertencentes à Igreja, em particular na cidade de Dengolat.

A Igreja Ortodoxa é a maior da Etiópia, representando esta comunidade religiosa mais de 40% dos 110 milhões de habitantes do país.

Embora Abiy tenha declarado vitória no final de novembro, após a captura pelas tropas federais da capital regional, Mekele, os combates continuam na região.

Leia Também: Etiópia: ONU envia 54 milhões de euros para ajuda humanitária

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