Governo espera aumento de número de mortos com remoção de escombros
O vice-ministro da Saúde da Guiné Equatorial afirmou hoje à Lusa que o número de vítimas mortais causadas pelas explosões, no domingo, deverá aumentar após a remoção dos escombros e com o cruzamento dos dados de desaparecidos e mortos.
© Lusa
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Até ao momento, os serviços médicos trataram 615 pessoas no total e registaram 105 mortos. Mas os números finais estão dependentes dos "trabalhos de resgate dentro dos escombros", explicou Mitoha Ondo.
"O país está emocionado com o acidente" e "todos responderam de modo eficaz" para assegurarem "cuidados a quem precisasse de ajuda clínica", referiu.
"A informação mais recente que tenho de descoberta de alguém com vida foi na segunda-feira", afirmou o ministro, não confirmando notícias que indicavam a retirada de uma criança com vida na quarta-feira.
"O resgate da menina não está confirmado", disse Mitoha Ondo.
Agora, a expectativa é que o "número de vítimas mortais venha a subir" e as autoridades equato-guineenses estão a receber apoio de técnicos dos EUA para gerir "bases de dados e lista de pessoas desaparecidas" para "cruzar a informação e ver a possibilidade de mais desaparecidos que possam estar mortos".
A prioridade, salientou o governante, é cruzar a lista de desaparecidos, atualizada com entrevistas e inquéritos no terreno, com os mortos identificados.
A esta dificuldade de rastreio soma-se o estado das vítimas.
"Há corpos que não se podem encontrar porque a explosão foi tão intensa que, quanto mais perto do ponto zero da explosão formos, mas difícil vai ser", com cadáveres "reduzidos a cinzas ou carbonizados", explicou, acrescentando que ficou "chocado" com a "imagem de corpos irreconhecíveis".
A cidade portuária de Bata, na parte continental da Guiné Equatorial, foi abalada no domingo por uma série de explosões num quartel militar, que provocaram a morte a pelo menos 105 pessoas e ferimentos em outras 615, além de um número indeterminado de desalojados e avultados danos materiais.
Imediatamente após as explosões, o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, anunciou ter pedido às instâncias competentes para conduzirem uma investigação, afirmando que foram causadas por queimadas em "terras próximas" e por "negligência da unidade" encarregada de proteger os explosivos.
Antiga colónia espanhola, governada há 42 anos por Teodoro Obiang, a Guiné Equatorial, um país rico em recursos, mas com largas franjas da população abaixo do limiar da pobreza, integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.
O país formalizou pedidos de apoio também a Portugal e aos restantes parceiros da CPLP, mas até ao momento não foi divulgada qualquer resposta oficial a este pedido.
Desde a sua independência de Espanha em 1968, a Guiné Equatorial, um dos principais produtores de petróleo de África, é considerado pelos grupos de direitos humanos como um dos países mais repressivos do mundo, devido a acusações de detenções e torturas de dissidentes e alegações de fraude eleitoral.
O chefe de estado de 78 anos, Teodoro Obiang governa o país com mão de ferro desde 1979, quando derrubou o seu tio Francisco Macias num golpe de Estado, e é o Presidente com o mandato mais longo do mundo.
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