União Africana considera "legitimas" medidas militares no Tigray
O presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, disse hoje que a Etiópia tomou medidas militares "legítimas" na sua província de Tigray, para preservar a unidade e a estabilidade do país.
© Lusa
Mundo Etiópia
Em declarações no final de uma reunião entre líderes regionais africanos no domingo à noite, o presidente da Comissão da UA considerou a campanha militar da Etiópia na sua província de Tigray "legítima para todos os estados", sublinhando que o sofrimento humanitário decorrente do conflito é agora motivo de preocupação.
"É inegável que a crise no Tigray provocou deslocações em grande escala ... Deve ser dada especial atenção aos refugiados e deslocados", defendeu Mahamat, através da rede social Twitter.
As declarações de Moussa Faki Mahamat surgiram na sequência da 38.ª Cimeira Extraordinária da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento da África Oriental (IGAD), que reuniu os líderes da Etiópia, Quénia, Sudão e Djibuti, bem como funcionários de outros países vizinhos, neste último país do Corno de África.
O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed Ali, agradeceu também através do Twitter aos líderes regionais por "compreenderem e reconhecerem as medidas [etíopes] de aplicação da lei como legais e legítimas".
Abiy Ahmed, vencedor do Prémio Nobel da Paz de 2019, enviou o exército federal para Tigray para substituir os líderes da TPLF, que vinham a desafiar o Governo central há vários meses, por "instituições legítimas" e conduzi-los perante a justiça.
Após semanas de tensão crescente, Abiy Ahmed acusou a Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF), um partido que dominou a política etíope durante 27 anos e liderava a administração do Tigray, no início de novembro de atacar duas bases militares na região, e justificou desta forma a intervenção militar lançada no dia 04 desse mês.
O líder da TPLF e do governo tigray, Debretsion Gebremichael, negou as acusações.
Em 13 de novembro, a polícia federal etíope emitiu mandados de detenção para o Debretsion e 63 outros líderes da TPLF.
Apesar do anúncio de Adis Abeba do fim da operação militar, os combates continuam em todo o estado do Tigray, segundo as Nações Unidas, que lamentam o facto de as autoridades etíopes estarem a restringir o seu acesso à região.
Não existe até agora qualquer balanço preciso do número de mortos e feridos resultantes do conflito em Tigray. Os combates forçaram mais de 50.000 pessoas a procurar refúgio no vizinho Sudão e deslocaram mais de 63.000 pessoas dentro da região, de acordo com as Nações Unidas.
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