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Charlie Hebdo. Turquia e Al-Azhar criticam reedição das caricaturas

A reedição na revista satírica Charlie Hebdo das caricaturas do profeta Maomé, por ocasião do início do julgamento dos atentados 'jihadistas' de 2015 em França, foi criticada hoje pela instituição islâmica sunita Al-Azhar e pela Turquia.

Charlie Hebdo. Turquia e Al-Azhar criticam reedição das caricaturas
Notícias ao Minuto

18:08 - 02/09/20 por Lusa

Mundo Charlie Hebdo

"A insistência no ato criminoso de republicar estas caricaturas ofensivas reforça o discurso de ódio e aviva a emoção dos crentes", considerou na rede social Facebook o Observatório de luta contra o extremismo da Al-Azhar.

"Condenamos vivamente a decisão da Charlie Hebdo de republicar as caricaturas desrespeitosas da nossa religião e do nosso profeta", afirmou, por seu turno, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros turco num comunicado.

Ancara também criticou o presidente francês, Emmanuel Macron, por ter defendido na terça-feira "a liberdade de blasfemar", considerando ser "inadmissível" justificar a publicação das controversas caricaturas em nome da liberdade de expressão.

As representações do profeta são consideradas uma blasfémia pelo islão.

Para assinalar o início hoje do julgamento dos cúmplices dos irmãos Kouachi, que mataram 12 pessoas no ataque ao Charlie Hebdo, a revista satírica lançou um número especial, cuja capa tem as caricaturas de Maomé publicadas inicialmente pelo jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" em 2005 e também uma caricatura feita por Cabu, morto no atentado de 07 de janeiro de 2015.

Os 'cartoons' são acompanhados pela pergunta: "Tudo isto por isto?".

"Pediram-nos com frequência, depois de janeiro de 2015, para publicarmos outras caricaturas de Maomé. Mas nós sempre recusámos, não porque seja proibido, a lei autoriza-nos a fazê-lo, mas porque era preciso uma boa razão para o fazermos", justificou a equipa da revista num artigo neste número especial, no qual o diretor da Charlie Hebdo, Riss, afirma: "Nunca descansaremos. Nunca renunciaremos".

A instituição sunita sediada no Cairo também condena os atentados no seu comunicado, precisando que "o islão abomina qualquer ato de violência", mas a reedição das caricaturas é qualificada de "uma provocação injustificada" a "perto de dois mil milhões de muçulmanos em todo o mundo".

Os irmãos Saïd e Chérif Kouachi foram abatidos pela polícia alguns dias após o atentado e o Tribunal de Paris está a julgar 14 pessoas consideradas como cúmplices neste ataque.

Em causa estão ainda ataques perpetrados por Amedy Coulibaly, nos dias que se seguiram ao atentado à Charlie Hebdo, e que terão sido coordenados com os irmãos Kouachi: a morte de uma polícia em Montrouge, nos arredores da capital, e a morte de outras quatro pessoas num supermercado, também à volta de Paris.

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