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Etiópia entra na 3ª semana sem serviço de Internet após agitação social

A Etiópia enfrenta a terceira semana sem serviço de Internet em praticamente todo o país, após dias de agitação social, enquanto o Governo justifica a situação com a tentativa de impedir discursos que inflamem ainda mais as tensões étnicas.

Etiópia entra na 3ª semana sem serviço de Internet após agitação social
Notícias ao Minuto

20:29 - 14/07/20 por Lusa

Mundo Conflitos

O corte na Internet prejudicou a economia do segundo país mais populoso de África, com quase 110 milhões de pessoas, numa altura em que luta contra os efeitos da pandemia de covid-19.

O país africano vive ainda com alguns temores do regresso da repressão por parte do Governo, noticiou a agência Associated Press.

Segundo revelou hoje o grupo de monitorização 'NetBlocks', parte do serviço de Internet através de linha fixa começou a ser retomado, mas a Internet móvel, que é a mais utilizada, continua cortada.

A conectividade desceu para números perto de 01%, acrescentou.

"Esta interrupção constitui uma violação grave dos direitos básicos, num momento em que os etíopes precisam de se manter informados", explicou o grupo 'NetBlocks', sublinhando que o impacto económico desta situação é superior a 4 milhões de dólares (3,5 milhões de euros) por dia.

Este corte na Internet também prejudicou a disseminação de informações importantes sobre a pandemia de covid-19, visto que a capital da Etiópia, Adis Abeba, abriga os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças em África e outras valências do corpo continental da União Africana.

A mais recente crise de agitação social na Etiópia teve início após a morte do popular cantor Hachalu Hundessa, em 29 de junho, em Adis Abeba, que foi uma voz nos protestos antigovernamentais que levaram a uma mudança na liderança do país em 2018.

Após a tomada de posse do primeiro-ministro Abiy Ahmed surgiram várias reformas políticas de grande dimensão, mas essa abertura resultou em protestos por parte de grupos étnicos e outros movimentos.

Grupos de direitos humanos e outros observadores alertaram que a Etiópia retomou certos atos repressivos usados ??pelo Governo anterior e que o corte na Internet complica os esforços para controlar esses abusos.

As autoridades etíopes disseram que pelo menos 239 pessoas morreram em distúrbios após a morte do cantor popular e quase cinco mil pessoas foram presas.

O primeiro-ministro alertou que aqueles que participam "na destruição da nação não podem ser considerados guardiões da nação".

Este é o mais grave corte na Internet na Etiópia desde o período de 10 dias que aconteceu após o assassinato do chefe do Exército daquele país, no ano passado, segundo o 'NetBlock'.

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