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Líbia: Ancara rejeita acusações "infundadas" de Paris sobre manobra

A Turquia rejeitou hoje as acusações "infundadas" de Paris que denunciou, na quarta-feira, que um navio francês envolvido numa missão da NATO no Mediterrâneo tinha sido recentemente alvo de uma manobra "extremamente agressiva" por parte de fragatas turcas.

Líbia: Ancara rejeita acusações "infundadas" de Paris sobre manobra
Notícias ao Minuto

12:19 - 18/06/20 por Lusa

Mundo Líbia

"É óbvio que essas acusações (...) são infundadas", declarou um alto responsável militar turco, citado pela agência francesa France-Presse (AFP), que falou sob a condição de anonimato.

O mesmo responsável turco acusou, por sua vez, o navio militar francês em questão de ter efetuado uma "manobra em alta velocidade e perigosa".

Na quarta-feira, o Ministério das Forças Armadas francês divulgou que uma fragata francesa que procurava identificar um navio cargueiro suspeito de transportar armas para a Líbia foi alvo de um "ato extremamente agressivo" por parte de navios turcos.

Segundo Paris, que classificou o incidente como "muito grave", os navios de guerra turcos que escoltavam o cargueiro iluminaram o navio francês "por três vezes com o seu radar de condução de tiro".

O alto responsável militar turco desmentiu hoje esta acusação, afirmando que os navios turcos usaram a câmara integrada no seu radar "como uma medida de segurança" para "observar o navio francês que estava a realizar uma manobra perigosa a uma distância muito curta".

"Em nenhum momento, o radar iluminou" o navio francês, insistiu o responsável turco, acrescentando que a embarcação das forças francesas não procurou estabelecer um contacto com as fragatas turcas.

De acordo com o responsável, os navios turcos tinham reabastecido com combustível a fragata francesa antes do incidente.

"Estamos tristes por ver que este incidente evoluiu de forma contrária ao espírito de amizade e de aliança", prosseguiu o responsável turco, acrescentando que a Turquia partilhou as imagens do incidente com a NATO.

Este episódio acontece num contexto de tensões entre a Turquia e a França, países aliados na NATO que têm registado uma deterioração das relações bilaterais desde 2016.

A tensão intensificou-se ainda mais nas últimas semanas por causa das divergências dos dois países em relação à Líbia.

Na Líbia, Ancara apoia militarmente o Governo de Acordo Nacional (GAN) de Fayez al-Sarraj, sediado em Tripoli e reconhecido pelas Nações Unidas, também com a contribuição do Qatar e da Itália, contra as forças do marechal dissidente Khalifa Haftar, o homem forte do leste líbio apoiado designadamente pela Rússia, Egito, Jordânia e Emirados Árabes Unidos.

A França, apesar das declarações oficiais em contrário, é acusada de apoiar Haftar, que recentemente registou importantes reveses militares no terreno.

A Turquia, cujos esforços para a integração na União Europeia (UE) permanecem bloqueados, suspeita que a operação Irini (operação naval europeia desencadeada em 01 de abril para tentar reforçar o embargo às armas em torno do conflito na Líbia) se concentre mais no GAN em detrimento das forças rivais do marechal Haftar.

A guerra civil na Líbia, que se tem agravado na sequência do crescente envolvimento de potências estrangeiras, provocou milhares de mortos, incluindo muitos civis, e mais de 200.000 deslocados.

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