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Alemão acusado de abuso sexual de crianças morre prestes a sair da prisão

Um cidadão alemão acusado de abuso sexual de crianças ugandesas morreu hoje quando se preparava para sair da prisão, depois de lhe ter sido concedida uma fiança, anunciou o porta-voz do Serviço Prisional do Uganda, Frank Baine.

Alemão acusado de abuso sexual de crianças morre prestes a sair da prisão
Notícias ao Minuto

12:17 - 07/05/20 por Lusa

Mundo Abuso sexual

Bernhard Bery Glaser, que tinha 72 anos e sofria de cancro da pele, morreu devido ao agravamento dessa doença no hospital prisional de segurança máxima de Luzira, em Kampala, informou a televisão local NTV, acrescentando que as autoridades comunicaram a morte à embaixada alemã.

Glaser morreu pouco depois de a procuradora no caso, Rachel Bikholi, ter confirmado à agência espanhola, Efe, que seria libertado.

O acusado, diretor de um centro para crianças sobreviventes de violação, que operava sem a autorização das autoridades ugandesas, foi acusado de ter abusado de pelo menos dez raparigas com idades entre os oito e os 16 anos de idade.

Na quarta-feira, os juízes do Supremo Tribunal do Uganda concordaram que Glaser deveria pagar uma fiança de 30 milhões de xelins ugandeses (cerca de 7.300 euros) para ser libertado.

"Glaser ainda não pagou a fiança, mas espera-se que o faça ao longo do dia", disse a procuradora à agência Efe, por via telefónica, a partir da cidade de Masaka (sudeste), onde o julgamento começou em abril do ano passado.

A procuradora adiantou que o estado de Bernhard Bery Glaser era "bastante mau", que ele não estava a fingir e que a justiça tinha de aceitar o seu pedido de fiança.

De acordo com a decisão do tribunal, Glaser pôde deslocar-se à Bélgica para receber tratamento médico para o cancro da pele, na condição de regressar ao Uganda a 06 de julho para prosseguir o julgamento.

O alemão, que abriu as portas do seu centro, conhecido como "Bery's Place", em 2006, acumulou 28 multas de trânsito e de violação de crianças.

As raparigas foram para esta instalação na ilha de Bugala (sudeste) para receberem cuidados psicológicos, mas depararam-se com um cenário semelhante ao da fuga: para permanecerem no centro, tiveram de suportar o abuso sexual do acusado.

No julgamento, os sobreviventes destas violações contaram como aceitaram os pedidos de Glaser porque a sua segunda opção era viver nas ruas sem rendimentos.

No início deste ano, as autoridades sanitárias ugandesas reconheceram que não tinham capacidade para tratar o cancro de pele de que sofria o acusado.

A doença de Glaser e a alegada incapacidade de se defender em inglês atrasaram o processo judicial em pelo menos oito ocasiões.

Em 2013, o acusado passou dois meses numa prisão ugandesa depois de ter sido acusado de ter cometido crimes semelhantes contra dois menores, mas os tribunais rejeitaram as acusações por falta de provas.

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