Bagdad, 07 abr 2020 (Lusa) -- A coligação internacional liderada pelos EUA contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) abandonou hoje uma base militar no Iraque, a sexta nas últimas três semanas e no âmbito do processo de reposicionamento das suas tropas no país árabe.

Em comunicado, o Comando das operações conjuntas no Iraque, que engloba todas as forças de segurança do país, anunciou que a coligação anti 'jihadista' se retirou de instalações em Bagdad que serviram de base a assessores militares franceses e que ficam sob o comando da IV Divisão do exército iraquiano.

Esta decisão, a sexta em menos de um mês, ocorreu "de acordo com o compromisso da coligação internacional de devolver os postos que ocupava, entre bases e acampamentos militares no Iraque", acrescenta a nota, citada pela agência noticiosa EFE.

O porta-voz da coligação, o coronel norte-americano Myles B. Caggins III, especificou na sua conta oficial na rede social Twitter que as instalações são o complexo de Abu Ghraib, 32 quilómetros a oeste da capital Bagdad.

O militar reiterou que a retirada das tropas se justifica pelo "êxito" das forças iraquianas na sua campanha contra o EI, e recordou que as unidades francesas continuam a colaborar com a coligação internacional.

Em 26 de março, "centenas" de militares franceses integrados na aliança militar internacional começaram a ser repatriados devido ao surto do novo coronavírus, enquanto a coligação suspendeu "temporariamente" as suas operações de treino e acompanhamento das forças governamentais iraquianas como medida preventiva face à progressão da covid-19 no Iraque.

Desde 17 de março que a coligação abandonou a base militar de Al Qaim, perto da fronteira com a Síria, a base aérea de Al Qayyara (norte), a K1 de Kirkuk (norte), os quartéis de Ninive (norte), a TQ na província ocidental de Al Anbar, e por último o complexo de Abu Ghraib.

As tropas internacionais colocadas em diversas bases iraquianas foram alvo de ataques nos últimos meses, com um balanço de vários mortos e feridos, atribuídos por Washington a milícias xiitas pró-iranianas.

As ações contra estas bases militares aumentaram após o assassinato do comandante iraniano Qassem Soleimani em 03 de janeiro em solo iraquiano, num ataque de 'drones' [aparelhos aéreos não-tripulados] norte-americanos, e registaram recentemente um novo incremento.

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