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ONU pede ao México que evite uso da força contra caravana de migrantes

A ONU pediu hoje ao México que evite o uso da força para travar as caravanas de migrantes oriundos da América Central, dias depois do registo de episódios de violência e tensão na fronteira sul daquele país.

ONU pede ao México que evite uso da força contra caravana de migrantes
Notícias ao Minuto

14:04 - 24/01/20 por Lusa

Mundo Migrações

"O uso da força para travar ou dispersar os migrantes das caravanas deve ser evitado, incluindo o uso de armas não letais", afirmou a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Elizabeth Throssell, numa conferência de imprensa em Genebra (Suíça).

A porta-voz acrescentou que as autoridades mexicanas devem garantir o respeito pelos princípios básicos de atuação perante tais situações, como a proporcionalidade e a contenção.

Na mesma conferência de imprensa, o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), Andrej Mahecic, referiu que o México "tem o direito soberano de determinar quem entra no território do país", mas, ressalvou o representante, o Estado mexicano também está sujeito às leis internacionais sobre a proteção de pessoas designadas como refugiados.

"Entre as muitas pessoas que chegam ao México a partir da sua fronteira sul, há provavelmente pessoas que precisam de proteção internacional", afirmou Andrej Mahecic, frisando que "qualquer pessoa que foge da violência e de perseguições tem o direito de pedir asilo".

Na passada segunda-feira, um número bastante expressivo de migrantes centro-americanos -- algumas fontes falaram em cerca de 500 pessoas enquanto outras indicaram cerca de mil -- tentou forçar a entrada no território mexicano através do rio Suchiate, localizado entre a Guatemala e o México.

Na altura, os migrantes foram travados pelas forças de segurança mexicanas que estavam destacadas na zona com um grande dispositivo, que acabaram por deter 402 pessoas.

Vídeos divulgados pela imprensa internacional, nomeadamente pela estação pública britânica BBC, mostram elementos da Guarda Nacional mexicana, munidos de escudos anti-motim e bastões, a empurrar os migrantes e a impedir a sua entrada em território mexicano.

Segundo testemunhos, as forças de segurança efetuaram disparos e recorreram a gás lacrimogéneo para dispersar os migrantes.

Nos vídeos é possível ver vários menores, incluindo crianças de colo.

Estas pessoas integram a que foi identificada como a primeira caravana migratória de 2020, que soma cerca de 5.000 migrantes.

As agências internacionais avançaram, entretanto, na quinta-feira que centenas de migrantes centro-americanos tinham conseguido cruzar a fronteira entre a Guatemala e o México, aproveitando a escassa presença de forças de segurança no local.

Estes migrantes, oriundos de países da América Central (em particular Honduras, El Salvador, Guatemala ou Nicarágua), esperam que o México permita a sua deslocação rumo à fronteira com os Estados Unidos, onde pretendem solicitar o estatuto de refugiado.

Fugir da miséria, da violência de grupos criminosos organizados e alcançar o 'sonho americano' são as principais motivações destas pessoas.

Face à multiplicação de caravanas de migrantes centro-americanos no final de 2018 e nos primeiros meses de 2019, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou o México com a imposição de taxas aduaneiras caso o país não conseguisse travar a vaga migratória em direção à fronteira norte-americana.

Em reação à pressão de Washington, o chefe de Estado mexicano, Lopez Obrador, ordenou o destacamento de cerca de 26 mil militares para as fronteiras sul e norte do país.

Em setembro de 2019, o México divulgou que, desde maio desse ano, tinha reduzido em mais de metade (56%) o fluxo de migrantes indocumentados em direção à fronteira dos Estados Unidos.

A luta contra a imigração ilegal tem sido uma das prioridades políticas de Donald Trump, que chegou a descrever como uma ameaça à segurança nacional os milhares de migrantes oriundos da América Central que tentaram entrar nos Estados Unidos, de forma mais constante, desde outubro de 2018.

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