Paris pede libertação "sem demora" de franceses detidos no Irão
A França pediu hoje a libertação "sem demora" de dois investigadores franceses detidos desde junho no Irão, considerando esta "situação inaceitável", segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
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Mundo Negócios Estrangeiros
"Esperamos que as autoridades iranianas sejam transparentes neste caso e ajam sem demora para pôr fim a esta situação inaceitável", escreveu o Ministério em comunicado, indicando que está "totalmente mobilizado" para a libertação dos dois investigadores.
Roland Marchal, um investigador francês, foi preso em junho no Irão, na mesma altura que a sua colega franco-iraniana Fariba Adelkhah, anunciou hoje uma associação de investigadores intitulada Fundo de Análise das Sociedades Políticas (Fasapo).
A prisão da investigadora franco-iraniana Fariba Adelkhah foi confirmada por Teerão em 16 de julho.
Numa carta aberta, a associação, à qual pertencem os dois investigadores do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences-Po), indicou que aceitou, a pedido das autoridades francesas, permanecer em silêncio sobre a prisão, até que foi revelada na terça-feira à noite pelo jornal francês Le Figaro.
"Essa discrição parecia preferível às autoridades francesas que se comprometeram imediatamente, ao mais alto nível, a obter a libertação dos nossos colegas assim que anunciámos o seu desaparecimento, em 25 de junho, mas queríam evitar qualquer provocação nacionalista em Teerão", explicou a associação.
O Governo francês também condenou hoje a detenção do opositor iraniano Ruhollah Zam "que tem estatuto de refugiado na França".
"Estamos a acompanhar este caso com atenção" e "condenamos fortemente" a sua detenção, indicou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"Atualmente, não temos informações precisas sobre as circunstâncias da prisão de Zam fora do território nacional", acrescentou.
O Governo afirmou que, como cidadão iraniano com estatuto de refugiado que solicitou asilo, "Zam é livre (...) para entrar e sair do território nacional, que deixou em 11 de outubro".
Os Guardas da Revolução iranianos anunciaram na segunda-feira a detenção, pelos seus serviços de informações, do opositor, que vivia no exílio e que seria "dirigido pelos serviços de informações franceses".
Rouhollah Zam, atualmente numa prisão no Irão, foi detido no decurso de uma "operação elaborada e profissional", referiu em comunicado o exército ideológico da República islâmica do Irão, sem precisar o local ou a data da detenção.
Zam dirigiu um canal do Telegram, intitulado AmadNews e encerrado por esta plataforma de mensagem encriptadas a pedido das autoridades iranianas, que o consideraram "contrarrevolucionário".
O detido divulgou a partir de Paris, onde vivia e trabalhava, diversos vídeos e informações sobre responsáveis oficiais iranianos, considerados embaraçosos.
O anúncio na televisão estatal considerou Zam uma "presa especial", e considerou que a sua detenção foi uma vitória do serviço de informações dos Guardas da Revolução face aos serviços secretos ocidentais.
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