Arábia deve perceber que a "segurança não pode ser comprada", avisa Irão
O ministro das Relações Exteriores iraniano declarou hoje que a Arábia Saudita deve perceber que "a segurança não pode ser comprada", adiantando que acredita que "as tensões na região cessarão" com o fim da guerra no Iémen.
© Reuters
Mundo Médio Oriente
"Acima de tudo, a Arábia Saudita deve aceitar a ideia de que a segurança não pode ser comprada", disse Mohammad Javad Zarif em entrevista à agência oficial iraniana, Irna, à margem da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a decorrer em Nova Iorque, antes de regressar ao Irão.
Em seu entender, "os sauditas estão a tentar comprar segurança criando tensões e abrindo caminho para a intervenção estrangeira na região", aludindo à presença militar ocidental no Golfo.
Segundo Zarif, o reino saudita até agora pagou por "armas, amizades, apoio [de outros países]", mas deve-se livrar da "ilusão" de que também pode "comprar segurança".
Irão e Arábia Saudita são países próximos que se enfrentam nos dois lados do Golfo, o reino (sunita) da Arábia Saudita e a República Islâmica do Irão (xiita) estão envolvidos numa luta de influência regional e cortaram relações diplomáticas há anos.
Riade, mas também Washington, Berlim, Londres e Paris, acusam o Irão de ser responsável pelos ataques aéreos que danificaram a infraestrutura de petróleo na Arábia Saudita em 14 de setembro, forçando o reino saudita (o maior exportador mundial de petróleo) a reduzir fortemente sua produção.
Os Estados Unidos vão enviar 200 mísseis militares e 'Patriot' para a Arábia Saudita "à luz dos recentes ataques", anunciou o Pentágono na quinta-feira.
Teerão negou qualquer envolvimento nesses ataques reivindicados pelos rebeldes houthis do Iemen, apesar das suspeitas de que a República Islâmica apoia aquele grupo rebelde.
O Irão nega que esteja a armar os houthis - violando assim um embargo imposto pela ONU - mas Riade e Washington alegam o contrário.
"A solução [para a escalada das tensões regionais] é perfeitamente clara e é o fim da guerra no Iémen", disse Zarif à Irna.
O conflito no Iémen já causou milhares de mortos e milhões de deslocados, naquilo que a ONU chamou de "pior crise humanitária do mundo".
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