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Redes sociais ganham relevo na Alemanha que vive em campanha permanente

A Alemanha tem, além das legislativas, dezasseis eleições regionais para escolher os governos dos estados federados, o que faz com que viva numa campanha política permanente, na qual as redes sociais estão a ganhar relevo.

Redes sociais ganham relevo na Alemanha que vive em campanha permanente
Notícias ao Minuto

09:03 - 16/09/19 por Lusa

Mundo Eleições

Para Marco Bertolaso, chefe de redação da rádio nacional alemã Deutschlandfunk, uma campanha nacional dura normalmente entre quatro a seis semanas, e funciona tudo a um ritmo "bastante intenso".

"Com as novas formas de democracia, com sondagens e redes sociais, há muitos peritos que dizem que vivemos numa campanha constante", revela o jornalista à agência Lusa, reforçando que meios como o Facebook ou o Youtube são cada vez mais usados como forma de chegar ao eleitorado alemão.

"Podem falar e chegar a todos sem a intervenção dos jornalistas. Não há perguntas incómodas, não há interrupções, nem comentários críticos. É muito interessante para os políticos estes novos meios de comunicação", frisa.

Gregor Mayntz, jornalista político do diário Rheinische Post sublinha a importância das redes sociais no país destacando, ainda assim, que ainda não ganharam o espaço da campanha mais tradicional.

"Os candidatos nas zonas rurais percorrem milhares de quilómetros em campanha para conseguiram visitar e aparecer em quase todas as cidades. Em 2017 a campanha por via das redes sociais ganhou mais importância. Ganhou relevo e está no topo, mas não substitui os outros métodos", garante.

O repórter, que acompanhou a última campanha da União Democrata-Cristã (CDU) em 2017, explica que as "arruadas" também acontecem, com os políticos as percorrerem as ruas das cidades ou vilas, mas há outras formas de campanha.

"A CDU usou muito o sistema porta-a-porta há dois anos, com centenas de milhares de contactos em áreas selecionadas. Os elementos do partido foram treinados com portas e residentes virtuais para aprenderem a contactar ou convencer três tipos de eleitores: os apoiantes ou simpatizantes, os indecisos, e os opositores", revelou.

Apesar das caminhadas pelas ruas acontecerem durante as campanhas eleitorais na Alemanha, "não se podem comparar a Portugal", frisa Marco Bertolaso.

"Aqui são os candidatos menos conhecidos que estão no centro da campanha, os candidatos de cada região, eles é que são importantes e não esperam pelos ministros ou líderes principais. Estas arruadas são dominadas pelos deputados", refere, acrescentando que além dos comícios, de diferentes proporções, fazem-se visitas muito planeadas, não apenas a cidades, mas também a centros de educação ou a empresas.

"Nos principais partidos há diferenças de comunicação porque os objetivos também são diferentes. Ou seja, um político da Alternativa para a Alemanha (AfD) fala de uma forma completamente diferente de um político do partido liberal FDP", exemplifica.

E se na Alemanha gastronomia e política não se misturam, apenas para a fotografia e em casos muito pontuais, a música tem um lugar de destaque. Na última campanha de Angela Merkel, em 2017, a atual chanceler entrava nos recintos ao som da música "Played Alive" de "Safri Duo".

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