Erdogan acusa autoridades egípcias pela morte de ex-presidente Morsi
O presidente turco, Recep Erdogan, acusou hoje as autoridades egípcias pela morte do ex-presidente egípcio Mohamed Morsi, que ocorreu segunda-feira, durante uma sessão no tribunal, após seis anos de detenção.
© Reuters
Mundo Presidente turco
"No tribunal, ele torceu-se no chão durante 20 minutos. As autoridades não fizeram nada para o ajudar. Ele foi morto. Não morreu de causas naturais", acusou Erdogan, durante um comício eleitoral em Istambul.
O presidente turco diz agora que tudo fará para levar as autoridades egípcias aos "tribunais internacionais".
O antigo presidente egípcio morreu na segunda-feira em tribunal e foi enterrado no Cairo, na terça-feira, numa cerimónia discreta, depois de ter passado seis anos na prisão.
Mohamed Morsi, de 67 anos, estava preso desde a sua destituição, em julho de 2013, e estava a ser julgado, entre outras acusações, por espionagem.
Durante uma sessão em tribunal, quando estava a falar há 20 minutos de forma enérgica, Morsi desmaiou e foi transportado para o hospital, onde acabou por morrer, segundo a televisão estatal.
A ONU já tinha pedido uma "investigação completa e independente" sobre a morte do ex-Presidente egípcio, juntando a sua voz a várias organizações, como a Humans Right Watch, que consideram a morte de Morsi "completamente previsível" face à "falta de autorização do Governo para lhe ser dada a atenção médica adequada e para ter visitas de familiares".
Hoje, o Governo egípcio reagiu a estas suspeições, acusando a ONU de querer politizar a morte de Mohamed Morsi.
Num comunicado, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Ahmed Hafez, denunciou "nos mais fortes termos" a atitude das Nações Unidas, considerando que a organização está a "politizar um caso de morte natural".
Morsi tornou-se o primeiro Presidente democraticamente eleito do Egito em 2012, após a rebelião da Primavera Árabe em 2011 que terminou com o regime autocrático do Presidente Hosni Mubarak, no poder há 30 anos.
Em julho de 2013 foi deposto, na sequência de protestos em massa e um golpe de Estado militar.
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