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Fronteiras da UE ainda sob pressão, sem se prever nova crise migratória

A Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas (Frontex) estimou hoje que, durante este ano, a União Europeia (UE) vai continuar "sob pressão" migratória, realçando a necessidade de monitorização, mas não prevê uma nova crise.

Fronteiras da UE ainda sob pressão, sem se prever nova crise migratória
Notícias ao Minuto

10:24 - 20/02/19 por Lusa

Mundo Migrações

"Não estamos a prever uma nova crise migratória, mas ainda assim, um total de 150 mil travessias ilegais para a UE [em 2018] mostram que as fronteiras estão sob pressão e isso irá continuar", afirmou hoje o diretor executivo da Frontex, Fabrice Leggeri.

Falando em conferência de imprensa em Bruxelas, na divulgação de um relatório da agência sobre a análise dos riscos para 2019, o responsável vincou que este período deve ser usado "para consolidar a capacidade de monitorização nas fronteiras da UE".

"As fronteiras vão continuar a ser testadas e haverá um crescente número de migrantes para alguns países", assinalou Fabrice Leggeri, reforçando é necessário "o antecipar" desde logo "alocando recursos nacionais -- recursos humanos e verbas -- para o controlo" das entradas.

Como exemplo, este responsável apontou que a rota do Mediterrâneo Central, que é das mais usadas, "estará sob crescente pressão".

Segundo dados hoje revelados, as travessias ilegais de migrantes nas fronteiras da União Europeia em 2018 caíram quase um quarto face a 2017, para cerca de 150.114, o número mais baixo dos últimos cinco anos.

O número de travessias ilegais detetadas no ano passado ficou, assim, 92% abaixo do pico da crise migratória, em 2015, o que se deveu sobretudo à queda dramática do número de imigrantes que tentaram chegar a Itália através da rota do Mediterrâneo Central.

Relativamente à rota do Mediterrâneo Central, o número de travessias ilegais detetadas caiu 80% face a 2017, para cerca de 23 mil, o número mais baixo desde 2012.

Em contrapartida, o número de chegadas a Espanha através da rota do Mediterrâneo Ocidental duplicou no ano passado, pelo segundo ano consecutivo, para 57 mil.

Nesta rota, o principal ponto de partida para a UE é Marrocos, sendo a maioria dos migrantes que a utilizam de origem subsaariana, embora nos meses mais recentes sejam precisamente imigrantes de origem marroquina os que mais a utilizam.

Por fim, o número de deteções de travessias fronteiriças na rota do Mediterrâneo Oriental subiu cerca de um terço, para 56 mil, o que se deveu a um aumento do número de migrantes que atravessaram a fronteira terrestre entre a Turquia e a Grécia, de acordo com a Frontex.

Em 2018, foram, também, detetados 361.636 migrantes ilegais dentro dos países da UE, com a Frontex a assinalar no relatório hoje divulgado que, ainda assim, houve uma "significativa redução" face ao ano anterior.

Ainda assim, países como Espanha, Grécia e Portugal "resistiram a esta tendência", aponta aquela agência.

Sobre Portugal, a Frontex explica que os migrantes ilegais detetados "não estão relacionados com as tradicionais rotas migratórias", tendo antes chegado "por via aérea vindos da América Latina", com os brasileiros a corresponderem "ao maior grupo" destas deteções.

Quanto às proibições de entrada nos países da UE, fixaram-se em 190.930 em 2018.

No ano passado, os Estados-membros pediram, também, o retorno de 286.875 migrantes aos seus países de origem, tendo sido concretizadas 148.121 saídas.

Questionado sobre possíveis situações de terrorismo nestas entradas de migrantes, Fabrice Leggeri referiu que este "é um assunto que tem de ser visto de uma forma geral na monitorização das fronteiras".

"Temos é de assegurar que não há entradas [de migrantes na UE] não detetadas e temos de garantir que até as permanências ilegais são detetadas", adiantou.

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