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ONU: Violência sexual persiste "com impunidade" no Sudão do Sul

A violência sexual, cometida com "impunidade generalizada" e "premeditada", persiste na região norte do Sudão do Sul, denunciou esta sexta-feira a Missão dos Direitos Humanos das Nações Unidas no país do nordeste africano.

ONU: Violência sexual persiste "com impunidade" no Sudão do Sul
Notícias ao Minuto

16:09 - 15/02/19 por Lusa

Mundo Missões

De acordo com a ONU, pelo menos 134 mulheres foram violadas, incluindo algumas com apenas oito anos, entre setembro e dezembro do ano passado, de acordo com um relatório divulgado.

Outras 41 mulheres sofreram diferentes formas de violência sexual e física, indica o relatório da ONU, realizado após uma investigação dos Médicos Sem Fronteiras ter detetado que 125 mulheres, entre as quais meninas, foram violadas e espancadas num período de 10 dias, na região de Unity, no final de novembro.

Embora o Sudão do Sul tenha assinado um frágil acordo de paz, em 12 de setembro, para pôr fim à guerra civil de cinco anos, que matou quase 400 mil pessoas, a ONU advertiu que a violência sexual é endémica no norte do país.

Quase 90% das mulheres, entre as quais mulheres grávidas - uma de nove meses de gestação - e raparigas, foram vítimas de violação por mais de um perpetrador e muitas vezes por várias horas no Sudão do Sul.

"A volatilidade da situação no Sudão do Sul, combinada com a falta de responsabilidade por violações e abusos cometidos em Unity, provavelmente leva os atores armados a acreditarem que podem escapar da violação e de outras formas horríveis de violência sexual", disse Michelle Bachelet, Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A maioria dos ataques foi realizada por grupos milicianos leais ao primeiro vice-Presidente Taban Deng Gai, bem como ao exército do Governo do Sudão do Sul, sublinhou o relatório.

Documentos internos a que a Associated Press teve acesso detalham os locais, a escala das violações e as datas dos ataques, além de mostrarem que as áreas onde ocorreram estão sob controlo de forças aliadas a Gai, segundo um especialista em segurança do Sudão do Sul que falou sob condição de anonimato.

O Governo está a conduzir uma investigação, mas, após uma investigação preliminar, negou que as contas fossem reais.

"Nada desse tipo ocorreu em Bentiu", disse Rabi Emanuel, representante do Governo numa reunião em Juba, em janeiro, pelo grupo encarregado de supervisionar a implementação do acordo de paz.

O aumento da violência sexual é parcialmente atribuído a um grande número de combatentes em espera, aguardando a implementação de medidas de segurança sob o novo acordo de paz, referiu o relatório.

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