ONG pede ao Papa que pressione EAU contra violações dos direitos humanos
A Human Rights Watch (HRW) pediu hoje ao Papa que use a sua visita aos Emirados Árabes Unidos para pressionar os governantes do país em relação às graves violações dos direitos humanos no Iémen e à repressão às críticas internas.
© Lusa
Mundo HRW
A organização não-governamental (ONG) dos direitos humanos divulgou uma carta hoje, dia em que Francisco inicia a primeira visita papal à Península Arábica.
A HRW afirmou que a coligação internacional liderada pela Arábia Saudita - apoiada pelos Emirados Árabes Unidos - bombardeou casas, mercados e escolas indiscriminadamente no Iémen, ao mesmo tempo em que impediu que a ajuda humanitária chegasse os iemenitas.
A organização também referiu que as autoridades dos Emirados têm como alvos críticos, dissidentes políticos e ativistas de direitos humanos, realizando detenções arbitrárias e desaparecimentos forçados.
A HRW pediu, na carta, que o papa liderasse a pressão internacional para responsabilizar o EAU pelos seus atos contra os direitos humanos.
O documento referiu que, "apesar das suas afirmações sobre a tolerância, o Governo dos Emirados Árabes Unidos não demonstrou interesse real em melhorar seu histórico de direitos humanos".
A ONG também referiu que as autoridades dos EAU perseguiram críticos, dissidentes políticos e ativistas de direitos humanos com detenções arbitrárias e desaparecimentos forçados.
Francisco chegou no domingo aos Emirados Árabes Unidos, tornando-se o primeiro líder da Igreja Católica a pisar o solo da Península Arábica, berço do Islão.
Antes de partir para os Emirados, o papa pressionou as partes envolvidas na guerra do Iémen "para favorecerem de modo urgente o respeito dos acordos" para uma trégua em Hodeida (oeste), essencial para a distribuição de ajuda internacional.
Os Emirados Árabes Unidos participam na coligação internacional que ajuda militarmente o Governo iemenita na luta contra os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.
Cerca de um milhão de católicos - a maioria imigrantes asiáticos - vive nos Emirados, país cuja população é constituída por mais de 85% de expatriados, e podem praticar a sua religião em oito igrejas.
Desde o início do seu pontificado, o papa já se deslocou a vários países cuja população é maioritariamente muçulmana, como o Egito, o Azerbaijão, o Bangladesh e a Turquia. Em março é esperado em Marrocos.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com