Cineasta australiano libertado da prisão no Camboja será expulso do país
Um australiano perdoado e libertado na sexta-feira no Camboja, após ser condenado a seis anos de prisão por ter feito voar um 'drone' sobre uma manifestação da oposição, será hoje expulso, segundo o serviço de imigração do país.
© Reuters
Mundo Justiça
O tribunal de Phnom Penh que condenou o cineasta australiano James Ricketson, de 69 anos, argumentou que teria havido "recolha de informações suscetíveis de afetar a segurança nacional", num julgamento que foi qualificado pela organização Human Rights Watch como "absurdo".
O australiano recebeu, na sexta-feira, o perdão real do rei do Camboja, pedido pelo primeiro-ministro Hun Sen.
"Vamos deportá-lo hoje", disse o porta-voz do ministério da Imigração, Keo Vanthan, à agência de notícias francesa AFP, acrescentando ainda que estão "à procura de um voo" para o australiano poder sair do país.
A informação foi confirmada pelo advogado de Ricketson, Kong Sam Onn, sublinhando que o visto do cineasta para o Camboja havia expirado.
O cineasta estava preso desde junho de 2017 por ter feito voar um 'drone' durante uma manifestação do principal partido da oposição no Camboja, o Partido da Salvação Nacional do Camboja (CNRP, sigla em inglês).
Durante o julgamento, em agosto, o seu compatriota Peter Weir, várias vezes indicado ao prémio Óscar e aclamado pela crítica pelos filmes "The Truman Show" e "O Clube dos Poetas Mortos", foi ao Camboja para depor a favor de Ricketson.
O perdão concedido ao australiano ocorreu alguns dias após a libertação sob caução do líder do principal partido da oposição, Kem Sokha.
O opositor continua a ser acusado de espionagem para os Estados Unidos e arrisca vários anos de prisão.
Esta não é a primeira vez que o cineasta é confrontado com a justiça cambojana. Em 2014, o australiano foi condenado a dois anos de prisão com pena suspensa porque ameaçou difundir acusações de que uma igreja no Camboja havia vendido crianças.
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