Venezuela: Protestos contra baixos salários continuam no setor da saúde
Os empregados do sistema público de saúde venezuelano estão a protestar, há 29 dias, em várias regiões do país, para exigir melhorias salariais que lhes permitam enfrentar uma inflação diária de 2,8%.
© Reuters
Mundo Inflação
Os trabalhadores da saúde exigem salários iguais aos dos militares venezuelanos e protestam ainda contra a escassez de medicamentos, a falta de recursos hospitalares e degradação das instalações e serviços hospitalares.
Hoje, segundo a imprensa local, ocorreram pelo menos uma dezena de protestos, apesar de, no sábado, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ter anunciado a aprovação de 280 milhões de euros para a aquisição de medicamentos, principalmente para o tratamento de doenças crónicas, incuráveis e transplantes.
Os recursos aprovados destinam-se, ainda, a melhorar os serviços dos 300 hospitais públicos do país e a ativação de um plano de emergência que prevê a inclusão de 50 mil médicos ao sistema público de saúde.
"Não acreditamos no Governo, no Presidente Maduro", disse aos jornalistas o secretário executivo da Federação de Trabalhadores da Saúde (Fetrasalud), Pablo Zambrano, queixando-se de que, apesar de estarem há quase um mês em protestos, "não houve nenhuma resposta" de parte do regime, "nem um diálogo que permita encontrar soluções".
Alguns profissionais alertam que estão a ser pressionadas para terminar com os protestos, pela direção de centros hospitalares, e ameaçados de ser demitidos.
Por outro lado, nalgumas regiões do país registam-se também protestos de doentes, que exigem acesso a alguns tratamentos, entre elas em Maracay, no Estado venezuelano de Arágua (100 quilómetros a oeste de Caracas).
Nessa localidade, dezenas de pessoas concentraram-se hoje com cartazes a pedir medicamentos e tratamento para a insuficiência renal.
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