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Partes de Idleb e Deraa podem ser próximos alvos de cerco na Síria

O presidente da Comissão de Inquérito da ONU sobre a Síria advertiu hoje que partes das províncias de Idleb e de Deraa podem ser os próximos alvos de uma das "formas mais brutais de violência", o cerco.

Partes de Idleb e Deraa podem ser próximos alvos de cerco na Síria
Notícias ao Minuto

16:09 - 26/06/18 por Lusa

Mundo ONU

Paulo Sérgio Pinheiro falava perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, onde apresentou o último relatório da comissão, dedicado ao cerco e à batalha final pelo controlo governamental da região da Ghouta oriental, antigo feudo dos rebeldes nos arredores de Damasco.

"Como vimos em Homs, Daraya, Alepo oriental, Madaya, Zabadani, Fua e Kefraya e noutros locais, estamos de novo aqui para recordar algumas das formas mais brutais de violência perpetradas na história recente", disse o responsável, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.

"Por muito absurdo que possa parecer, a utilização do cerco é vista pelas partes em conflito como uma história de sucesso. Estas táticas foram usadas pelas forças pró governamentais, grupos armados e terroristas e parece que serão usadas noutras áreas da Síria onde a violência continua. Partes de Idleb e de Deraa podem ser as seguintes", adiantou Paulo Sérgio Pinheiro.

Segundo a ONU, pelo menos 45.000 civis fugiram na última semana devido aos combates na província de Deraa, no sul da Síria, alvo de bombardeamentos das forças do regime, que deixam antever uma vasta operação militar.

Os grupos rebeldes controlam 70% da província de Deraa, berço em março de 2011 da contestação, cuja repressão levou à guerra da Síria, que já causou mais de 350.000 mortos e milhões de deslocados.

O cerco a Ghouta oriental durou cinco anos, de 2013 a 2018, e foi "o mais longo da história moderna", assinalou o presidente da comissão.

Pinheiro sublinhou que a intensa campanha das forças lealistas para recuperarem o controlo de Ghouta oriental "foi marcada por perversos crimes de guerra cometidos por todas as partes" em confronto.

Segundo a comissão, os grupos armados e terroristas cometeram crimes de guerra ao espalhar o terror entre a população civil e lançar ataques indiscriminados, enquanto as tropas de Bashar al-Assad cometeram o "crime de guerra de lançar ataques indiscriminados" e "violaram o direito à vida, à liberdade e à segurança das pessoas".

O relatório da comissão assinala ainda que o exército sírio privou "deliberadamente de alimentos" os civis de Ghouta oriental ao "negar-lhes ajuda humanitária".

O secretário-geral da ONU, António Guterres, qualificou em fevereiro passado a situação em Ghouta oriental de "inferno na terra".

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